Os adjetivos "inevitáveis" e "necessárias" foram a escolha de António Guterres para caracterizar os fluxos migratórios que têm dividido quer os Estados Unidos quer a Europa.
Numa altura em que imagens de crianças a serem separadas dos pais marcam a atualidade americana e em que o barco "Aquárius" esteve vários dias à deriva com mais de 600 migrantes a bordo, o secretário-geral da ONU apelou aos países que, apesar de terem o direito de adotar as políticas migratórias que entenderem, "respeitem os direitos humanos dos migrantes" e que "isso se faça de uma maneira em que cooperação internacional seja mais relevante do que tem sido até agora".
"As migrações são um fenómeno inevitável", reforçou Guterres em Lorenskog, perto de Oslo, a capital da Noruega. "Se as migrações são uma necessidade, então é preferível organizá-las para que aconteçam em um contexto em que os países cooperem e onde todos saiam a ganhar, especialmente os migrantes, que se encontram em condições de desespero", explicou o ex-primeiro-ministro.
Nos dias 10 e 11 de dezembro, a ONU vai realizar uma conferência sobre as questões migratórias com a expectativa de atingir um pacto mundial para "migrações seguras, ordenadas e regulares".