O Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, almirante António Silva Ribeiro, esteve duas horas reunidos com os deputados à porta fechada. Falou da sua estratégia para as Forças Armadas e do acordo com o Sistema de Segurança Interna, liderado por Helena Fazenda, para garantir equipas mistas no combate ao terrorismo. Dentro de poucos dias haverá luz verde para acertar detalhes do entendimento. “Antevejo que os resultados sejam muito positivos e que existem excelentes perspetivas para a colaboração entre as Forças Armadas e as forças e serviços de segurança no combate ao terrorismo”, explicou o CEMGFA numa resposta ao i.
E as Forças Armadas estão preparadas para atuar sob um comando civil? António Silva Ribeiro preferiu enaltecer o espírito de cooperação já implementado no trabaho com a proteção civil no combate aos incêndios, mas assegura que da parte das Forças Armadas haverá sempre empenho para se encontrarem soluções. “Os senhores só falam nas polícias e nas Forças armadas. Olhem para o relacionamento das Forças Armadas com a Proteção Civil que é exemplar. A proteção civil é quem tem a responsabilidade da proteção civil, as Forças Armadas colaboram. A proteção civil atribuiu missões às forças armadas e as forças armadas cumprem-nas dentro daquilo que é esperado dentro da sua própria cadeia hierárquica”.
A cooperação com as polícias deverá implicar formação interna entre os militares, mas para já, o Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas está avaliar o que correu bem ou mal nas forças mistas que atuaram em cenários de ataques terroristas na Europa.
A secretária-geral do sistema de segurança interna, Helena Fazenda, enviou um memorando para a criação de equipas mistas, depois de uma reunião em abril com o Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas.
“Vamos certamente encontrar uma forma de relacionamento, que do ponto de vista operacional, as Forças Armadas apoiem e colaborem com as forças de segurança”, assegurou aos jornalistas Silva Ribeiro no final da comissão de defesa parlamentar, que terminou depois do início do jogo Portugal-Marrocos.
Questionado sobre se as forças armadas têm todo o material necessário para ajudar no combate aos incêndios, António Silva Ribeiro optou por dizer que trabalha com os meios que o Estado lhe dá. “As forças armadas estão prontas para apoiar a proteção civil com os meios que tem. Mas existe falta de material e o CEMGFA deu o exemplo da compra de uma “ câmara ótica para transferir as imagens recolhidas pelos aviões”. O mecanismo permite recolher de forma mais célere as imagens dos incêndios aos centros de comando. As forças armadas usam um dispositivo que demora mais alguns minutos, mas “não há motivo para preocupação para esses atrasos”, defendeu Silva Ribeiro.