Mundial. Espanha bate Irão e iguala Portugal em (quase) tudo

Um golo caricato de Diego Costa valeu o magro triunfo (1-0) sobre uma seleção de Carlos Queiroz que será um osso bem duro de roer na última ronda

Como era expectável, a seleção de Espanha venceu o Irão e igualou Portugal no topo do grupo B do Mundial. O que não era (de todo) esperado é que a Roja sofresse tanto para bater o conjunto asiático orientado por Carlos Queiroz: salvou-se o resultado (1-0), conseguido com um golo muito caricato de Diego Costa aos 54 minutos.

A exibição dos iranianos, diga-se, surpreendeu bastante. A sua qualidade defensiva já era conhecida, mas neste encontro os asiáticos mostraram também atributos a nível ofensivo e principalmente nas bolas paradas, onde por várias vezes a seleção espanhola passou por calafrios. Numa delas, aos 63', o Irão ainda fez uma tremenda festa… que acabaria frustrada pelo vídeo-árbitro (VAR): Ezatolahi estava, de facto, em fora-de-jogo antes de bater De Gea.

Nove minutos antes, tinha acontecido o único golo do jogo. No seu estilo brigão, Diego Costa ganhou posição na área iraniana mas acabou por ver o defesa Hosseini chutar a bola contra o seu joelho, com a mesma a encaminhar-se caprichosamente para dentro da baliza iraniana. O Irão criou depois quatro ocasiões clamorosas, mas não conseguiria chegar ao golo.

No fim, Fernando Hierro mostrou-se feliz com a primeira vitória ao comando da Roja, lembrando que o Mundial "é difícil para todos". Carlos Queiroz, por seu lado, lamentou o golo (bem) anulado ao Irão, recordando o tento que, em 2010, valeu a vitória de Espanha sobre Portugal nos oitavos-de-final do Mundial da África do Sul, também irregular: "Se houvesse VAR na África do Sul (Mundial 2010), Espanha estaria fora e não teria sido campeã do mundo. Ao menos merecíamos um empate."

Os dois resultados da tarde deixam Portugal e Espanha completamente igualados, com quatro pontos, quatro golos marcados e três sofridos. Os espanhóis, todavia, são os líderes oficiais do grupo B por um detalhe: o amarelo visto por Adrien aos 89' no jogo com Marrocos. Isto porque, em caso de empate nos critérios desportivos, prevalece o critério disciplinar, e aí Portugal perde por ter mais um cartão amarelo que os espanhóis – precisamente o de Adrien esta tarde; no primeiro jogo, houve um cartão para cada lado (Bruno Fernandes e Busquets), sendo que hoje nenhum jogador de Espanha foi admoestado.

 

Critérios de desempate

– Maior número de pontos

– Diferença de golos em todo o grupo

– Golos marcados em todo o grupo

– Maior número de pontos obtido entre as equipas empatadas

– Diferença de golos nos jogos entre as equipas empatadas

– Número de golos marcados nos jogos entre as duas equipas

– Disciplina: cartões amarelos menos um ponto; dois amarelos e vermelho menos 3 pontos; vermelho direto menos 4 pontos; amarelo e vermelho direto, menos 5.

– Último critério: sorteio

 

Na última jornada, marcada para a próxima segunda-feira, Espanha defronta Marrocos, com Portugal a enfrentar o Irão. Um empate garante o apuramento à Seleção nacional, mas para pensar no primeiro lugar do grupo é preciso fazer contas a uma vitória – e expressiva, de preferência.

Refira-se ainda que, durante a tarde, o Uruguai venceu a Arábia Saudita pelo mesmo resultado (1-0) e garantiu desde já a qualificação para a fase a eliminar, tal como a Rússia: ambos somam seis pontos no grupo A, com árabes e egípcios a zero. O vencedor do grupo será decidido no duelo entre anfitriões e sul-americanos, e daqui sairá o adversário de Portugal, caso a Seleção nacional confirme o favoritismo frente aos iranianos.