O Bloco de Esquerda ainda não decidiu se vai levar a votos a sua proposta de Lei de Bases da Saúde que sexta-feira é debatida no Parlamento. O partido de Catarina Martins estava hoje a avaliar se pedia a votação para baixar o documento à especialidade. Dito de outra forma: o Bloco quer obrigar o PS a dialogar na Comissão de Saúde, mas sem entrar em choque frontal.
Os socialistas podem abster-se com o objetivo de convencer os bloquistas a iniciar a discussão na especialidade e acautelar a vontade do Governo de só iniciar a revisão da Lei de Bases da Saúde a partir de setembro. O PCP deve votar favoravelmente o diploma.
“Confesso que não deixo de ver alguma estranheza no facto de ver o PS, que esteve ao lado do BE na apresentação da proposta, em janeiro, de António Arnaut e João Semedo, ter agora tanto medo da proposta que foi feita por um dos seus fundadores, fundador também do SNS”, declarou Catarina Martins, coordenadora do Bloco de Esquerda, citada pela Lusa, após uma reunião com a administração do Hospital de Santa Maria. Ao mesmo tempo, a dirigente bloquista pressionou os socialistas a votarem a proposta do seu partido. “Seria trágico se nesta legislatura não fosse possível fazer uma lei de bases da saúde que protegesse o Serviço Nacional de Saúde”.
A separação entre privado e público, com o fim das Parcerias Público- Privadas é uma das propostas que se destacam no diploma do BE, tal como o fim da generalidade das taxas moderadoras, além da promoção da prevenção nos cuidades de Saúde.
O PSD não revelou o seu sentido de voto, mas o líder do partido, Rui Rio considerou esta semana a proposta bloquista como “materialmente impossível”. “O Bloco de Esquerda tem uma posição ao contrário, de que deve ser tudo público”, defendeu Rui Rio.
Se a nova lei de Bases baixar à comissão de Saúde para ser negociada entre todos os partidos, o PS conseguirá vencer esta batalha e atirar o debate para a próxima sessão legislativa.