Depois das atribulações que marcaram o início das negociações do Orçamento de Estado – desde as críticas ao atraso nas negociações até ao possível adiamento da reunião com o Bloco de Esquerda – António Costa vê a negociação com os parceiros para Orçamento do Estado para 2019 como “um longo caminho” a percorrer.
“Está a começar e temos um longo caminho até 15 de Outubro”, disse o primeiro-ministro esta quarta-feira. No entanto Costa afirma que “correu bem a reunião”. “Este é o quarto orçamento que trabalhamos em conjunto, o primeiro foi bastante mais difícil porque não conhecíamos e havia menos experiência.”
No entanto, e depois de todas as declarações, incluindo do Presidente da República, sobre as dificuldades que este Orçamento traz, o Chefe do Executivo acredita que “não existe razão nenhuma” para que este Orçamento seja mais difícil de negociar. “Vamos ganhando experiência, confiança e conhecimento, tudo se torna mais fácil.”
Na reunião – em que participaram Catarina Martins, Pedro Filipe Soares (líder da bancada parlamentar), Mariana Mortágua e Jorge Costa (ambos vices) pelo BE e António Costa, Mário Centeno (ministro das Finanças), Vieira da Silva (ministro do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social) e Pedro Nuno Santos (Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares) – o Bloco de Esquerda apresentou os três cadernos de encargos que tem como prioridade: as rendas da energia, o investimento em serviços públicos e as reformas antecipadas.
Estes três temas têm vindo a ser exigidos ao governo pela coordenadora Catarina Martins e, no caso das rendas da energia o assunto volta à mesa depois do PS ter recusado, numa repetição da votação, a proposta do Bloco para o Orçamento de 2018. Sobre as reformas, Catarina Martins quer ver eliminado o total do corte de 0,5% nas pensões antecipadas de trabalhadores com longas carreiras contributivas.