1.Eis que ocorreu, ontem, o encontro mais esperado pelo nosso Presidente, Marcelo Rebelo de Sousa: ao contrário do que indiciam algumas declarações públicas, a equipa de Marcelo (e o próprio) muito insistiram e trabalharam para que o encontro com o Presidente dos Estados Unidos da América passasse do mero plano dos desejos e idealizações para o plano dos factos.
Dos factos diplomáticos. Dos factos que vão forjando a amizade entre os povos. Dos factos que vão tornando alianças históricas estáveis – em alianças do futuro auspiciosas.
Os Estados Unidos da América são, mais do que um aliado passageiro ou ditado apenas pelas conveniência das circunstâncias de cada momento histórico, um povo amigo, quase da nossa família – sabemos que poderemos ter com a sua solidariedade e fraternidade em momentos complexos.
E o mesmo (estamos certos!) é sentido pelo povo norte-americano em relação ao povo português – trabalhemos, pois, para que no futuro imediatíssimo, Portugal seja cada vez mais descoberto, explorado e amado pelos nossos amigos do outro lado do Atlântico Norte.
2. Para um Presidente que elevou os afectos ao estatuto de premissa essencial do exercício da acção política, o encontro com o Presidente Donald Trump não poderia ter corrido mais de acordo com o planeado: afectuosa é, na verdade, o adjectivo que melhor qualifica a conversa entre os dois Chefes de Estado.
Sabemos que o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa estava ansioso para conhecer o Presidente Donald Trump e já terá mesmo confidenciado que a reunião de ontem foi das mais amistosas, agradáveis e bem sucedidas do seu mandato. Tal não nos deve (não pode!) surpreender: Donald Trump e Marcelo Rebelo de Sousa são personalidades muito idênticas. Nós relembramos aqui o que escrevemos no SOL online, no dia 13 de Janeiro de 2017 (há mais de um na, portanto!):
“Em conclusão: para a afirmação do Donald Trump político foi decisivo o sucesso (fantástico!) do programa “The Apprentice” transmitido na NBC durante anos; para a afirmação política de Marcelo Rebelo de Sousa foi decisivo o palco mediático que a RTP e a TVI lhe proporcionaram, durante anos, em prime-time ao domingo.
Sem “The Apprentice” não haveria muito provavelmente o Presidente Donald Trump; sem os comentários de domingo, na RTP e na TVI, porventura não haveria o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa.
Isto já para não dizer que Donald Trump, tal como Marcelo Rebelo de Sousa, orgulha-se de valer mais do que o seu próprio partido, reiterando à exaustão a necessidade de reforma do sistema político.
Quer Donald Trump, quer Marcelo Rebelo de Sousa proclamam que “não devem nada a ninguém” – foram eleitos por mérito próprio, logo, podendo decidir sem condicionalismos ou pressões partidárias. (…) 7.Face às semelhanças profundas entre o Presidente Donald Trump e o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, espera-se que as relações entre os EUA e o nosso país se intensificam ainda mais. Que a sintonia entre os dois países possa ser (pelo menos) tão forte como a sintonia entre os seus dois Presidentes. Confiamos que será”.
E estão a ser: como o Presidente Donald Trump assinalou ontem na Sala Oval da Casa Branca, as relações entre Portugal e os Estados Unidos da América estão presentemente melhores do que nunca.
3.O próprio Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações à imprensa na Chancelaria da Embaixada de Portugal em Washington, assinalou que o traço mais marcante da reunião com Donald Trump foi o “calor”. O calor humano evidenciado pelo Presidente dos EUA, sinal do seu respeito por Marcelo e, acima de tudo, pela sua elevadíssima admiração pelo povo português.
No fundo, Marcelo Rebelo de Sousa sentiu, finalmente, o calor da amizade de Donald Trump pela pátria portuguesa: para nós, não deixa de ser muito gratificante que o Presidente Marcelo tenha confirmado – e relevado como traço mais significativo da reunião bilateral de ontem – o que nós próprios havíamos revelado em entrevista ao “i”, ao brilhante jornalista José Cabrita Saraiva, publicada no passado dia 23 de Abril: Donald Trump aprecia Portugal e a capacidade de trabalho dos portugueses. Portugal “is a “winner”!
4.Na altura, fomos criticados e parodiados pelos (falsos) jornalistas desonestos que pululam em algumas redacções nacionais: agora, foi o próprio Presidente Marcelo que confessa ter sentido um imenso “calor afectivo” da parte do Presidente Donald Trump, acabando por dar razão às nossas palavras na referida entrevista.
Basta ver atentamente as imagens e os vídeos do encontro para inferir que o plano inicial de Marcelo para agradar aos políticos e media do politicamente correcto (manter um frio distanciamento, com críticas, mais ou menos mordazes, públicas, sobre certos pontos de política internacional) foi, pela fluidez natural dos acontecimentos, substancialmente alterado. Marcelo Rebelo de Sousa e Donald Trump foram genuinamente empáticos.
5.Claro que (alguma, a mesma de sempre) a imprensa nacional resolveu ignorar a parte em que Marcelo revelou a empatia que sentiu e o calor afectivo com que foi recebido pelo Presidente Donald Trump para realçar a tirada não pensada do Presidente português, segundo a qual Portugal é muito diferente dos EUA. Ora, este é um juízo de facto óbvio – Portugal tem singularidade face aos EUA, como os EUA têm particularidades face a Portugal. A “inteligência” nacional logo tentou daqui extrair uma crítica implícita de Marcelo a Donald Trump.
Percebe-se porquê: a narrativa que muitos jornalistas (engajados com o BE e com a ala radical do PS) queriam vender antecipadamente era o “puxar de orelhas” de Marcelo ao Presidente dos EUA. A realidade, contudo, revelou-se exactamente a inversa: Marcelo encantou-se com Donald Trump. Havia, pois, que inventar algo – na verdade, o que Marcelo pretendeu assinalar foi que o sistema político-partidário português dificulta o sucesso político dos designados “outsiders”.
Em Portugal, ainda são o PSD e o PS que determinam o primeiro-ministro e, em tons mais esbotados, o Presidente da República – ao contrário do que sucede nos EUA em que o GOP e o Partido Democrata são estruturas de forma flexível, com variações evidentes consoante o estado, com uma organização em que as bases mantêm um peso assinalável.
Quem conhece bem Marcelo sabe que este foi a sua intenção declarativa: interpretação diversa – designadamente, aquela que pretende que Marcelo estar-se-ia a referir à qualidade de pop star de Trump e à “estupidez” dos americanos, como já referiu um comentador aqui do burgo – seria uma auto-crítica. Ao próprio Marcelo e ao povo português.
Ao próprio Marcelo, porque, tal como é imputado a Donald Trump, também saiu da televisão para a Presidência, comungando dos traços característicos de uma “pop star”.
Uma crítica ao povo português, porque uma maioria mais do que absoluta dos portugueses elegeu Marcelo – e continua a apoiar, mais ou menos entusiasticamente, o nosso Presidente.
5.Ao contrário do que querem vender alguns jornalistas portugueses adeptos das “fake news” (acreditam que o EXPRESSO publicou que Marcelo tomou sais de fruto antes de se reunir com Donald Trump? Pois, mas é verdade: está mesmo no EXPRESSO online; é o jornalismo de referência, só pode…), Marcelo apenas assinalou os padrões de diferenciação entre os sistemas partidários americano e português: quod erat demonstradum.
A quem atribuir o mérito do sucesso do encontro de ontem (pela empatia, pelas questões discutidas e pela reafirmação da amizade dos EUA – e da Administração Trump – por Portugal)? Ao Embaixador dos EUA em Portugal, George Glass, que tem mostrado uma dedicação inexcedível – e ao Embaixador de Portugal nos EUA, Domingos Fezas Vital, um dos mais talentosos diplomatas portugueses.
6.Uma última nota para sublinhar que Marcelo partilha com Donald Trump a energia inesgotável.
Diferentemente do que sugerem alguns media, como a famosa capa da “Newsweek”, que querem impor a ideia de que o Presidente dos EUA passa a vida a comer “cheetos” e “cheeseburgers” – Donald Trump é imparável.
Ontem, após a visita do Presidente Marcelo, Donald Trump reuniu com elementos da sua administração; seguiu para Fargo (a cidade célebre pelo filme dos irmãos Cohen e, mais recentemente, a série da HBO, em exibição, entre nós, na TV Séries), no estado de North Dakota, para apoiar o candidato Kevin Cramer para o Senado dos EUA; seguindo depois para o Minnesota! É possível – para delícia da “CNN”, que, por estes dias, se esqueceu do jornalismo e só se preocupa com o “gossip” – que tenha comido uns cheeseburgers pelo caminho…
Bem, cheeseburgers sempre são melhores do que sais de fruto – para reflexão do EXPRESSO online…