O leque das seleções supostamente consideradas favoritas ao troféu Rússia 2018 continua a estreitar-se. Se a Alemanha caiu com estrondo ainda na fase de grupos, já durante a tarde de ontem, a Espanha não conseguiu fazer melhor figura.
A Rússia conseguiu apurar-se para os quartos-de-final da competição ao bater a Espanha por 4-2 nas grandes penalidades, depois de o marcador ter exibido um 1-1 nos 120 minutos.
O resultado não deixa de ser surpreendente, mesmo que se saiba que esta parece ser já uma tradição para La Roja.
É que, se olharmos para o histórico espanhol, a verdade é que nuestros hermanos têm sido eliminados sempre que pela frente aparecem os anfitriões. Seja em mundiais ou europeus, a sina espanhola parece aparentemente traçada: antes do desaire em solo russo, o mesmo havia acontecido contra Itália (Mundial 1934), Brasil (Mundial 1950), Itália (Mundial 1980), França (Europeu 1984), Alemanha (Europeu 1988), Inglaterra (Europeu 1996), Coreia do Sul (Mundial 2002) e Portugal (Europeu 2004).
Depois da lotaria das grandes penalidades ter ditado o adeus espanhol houve, por sua vez, um país inteiro (representado nas cerca de 80 mil pessoas que marcaram presença nas bancadas) com motivos para festejar. Há 48 anos que a Rússia não chegava tão longe num campeonato do mundo, sendo esta a quinta presença dos russos nos quartos-de-final de campeonatos do mundo.
Ainda assim, se a seleção russa quiser bater a melhor marca por si já conseguida em mundiais terá de lutar, pelo menos, por um quarto lugar, posto que alcançou há 52 anos (Mundial de 1966), depois da derrota contra Portugal (1-2).
Por enquanto, a Rússia sabe que terá pela frente nos quartos a Croácia, que na noite de ontem venceu a Dinamarca e carimbou o seu acesso à próxima fase também nos… penáltis.
Penáltis também colocaram Croácia nos 'quartos' Tal como no Espanha-Rússia, o Croácia-Dinamarca também só encontrou o vencedor através da marca dos 11 metros (5-4), depois de o 1-1 se manter ao longo do tempo regulamentar e do prolongamento, sendo esta, de resto, a primeira vez que as duas seleções jogaram um prolongamento no Campeonato do Mundo.
No fim, a sorte sorriu à Croácia, conjunto que volta a estar nos quartos-de-final do Campeonato do Mundo, 20 anos depois. De resto, a seleção croata qualificou-se nas duas vezes que participou nos oitavos-de-final da competição (em 1998 contra a Roménia e, agora, com a Dinamarca).
Deste encontro entre croatas e dinamarqueses é ainda de destacar o primeiro golo marcado, apontado pela seleção que acabou por ser eliminada.
Excluindo jogos amigáveis, o golo de Zanka Jorgensen logo no primeiro minuto do encontro foi o mais rápido de sempre da história da Dinamarca. Mais: desde 1966 que não se marcava um golo no primeiro minuto em jogo de eliminatórias do Campeonato do Mundo. Há 52 anos, Pak Seong-Zin, da Coreia do Norte, fora o último futebolista a conseguir essa proeza na partida frente a Portugal.
Todavia, e apesar do golo numa fase muito precoce do encontro, Mandzukic terminou com a possível euforia dinamarquesa em três minutos, ao fazer a igualdade que se manteria até aos 120 minutos antes de serem disputados os primeiros cinco minutos do jogo.
Com este golo, o jogador da Juventus conseguiu ainda juntar-se ao lote restrito de croatas que marcaram em dois Mundiais: até ontem apenas Olic (2002, 2014) e Perisic (2014, 2018)ćtinham o seu nome inscrito na lista deste feito.