A história do cinema português está recheada de bons e de maus momentos. De bons e de maus filmes. Sobretudo de bons atores (e boas atrizes). De bons realizadores e de bons produtores.
Leonel Vieira conseguiu, por mérito próprio, conquistar e marcar o cinema português nos últimos anos, com vários filmes e séries. Com reconhecimento internacional, já realizou dez longas-metragens, várias delas integrando o ranking dos filmes portugueses de maior sucesso e mais vistos de sempre.
Fundador e CEO da Stopline, empresa criada por si no ano de 2004, tem expandido a sua atividade além-fronteiras, em várias geografias, produzindo centenas de spots publicitários, dezenas de séries para televisão e filmes de grande sucesso, como Zona J, O Pátio das Cantigas (o filme português mais visto de sempre em sala, com quase 610 mil espetadores), O Leão da Estrela, A Canção de Lisboa, Perdidos ou Red Brasil.
Leonel Vieira fundou no cinema português contemporâneo aquilo a que poderá chamar-se uma ‘nova escola de cinema’. Desde os seus vinte e cinco anos que ‘faz’ filmes (o primeiro foi A Sombra dos Abutres). Nunca se resignou a um cinema cinzento, fechado, só para elites. Nunca se acomodou ao cinema sem espetadores. Ao cinema que vivia quase exclusivamente de apoios e subsídios do Estado, dos Governos. Antes pelo contrário. Talvez por isso não tenha merecido, como produtor e realizador, a unanimidade dos críticos de cinema. Soube esperar. Soube resistir, inovando.
A sua Stopline é hoje uma garantia de independência, qualidade, inovação e, sobretudo, muito profissionalismo.
Leonel Vieira e a sua empresa entendem – e bem – que o cinema pode e deve dar lucro. Aos seus investidores, aos seus produtores e realizadores. Testemunho há vários anos o profissionalismo e o entusiasmo de Leonel Vieira por aquilo que faz. Partilho com ele a convicção de que Portugal tem condições únicas para ser um país atrativo para a indústria cinematográfica europeia e mundial. Um país seguro. Um país com bom clima. Com excelentes paisagens. Com excelente património histórico. Com boa rede turística e hoteleira. Com uma história cheia de factos, acontecimentos e heróis, com potencial para serem divulgados à escala nacional e internacional.
A França, que na prática criou o cinema, é a campeã da cinefilia. Baluarte do cinema europeu. E o exemplo daquilo que, com alguns ajustamentos, poderá fazer-se na Europa, como Wim Wenders tem afirmado e repetido. «A herança cinematográfica europeia necessita de ser resgatada do esquecimento», disse Wenders, vaticinando que o século XXI iria ser «o século das imagens em movimento». E chamando a atenção para a necessidade de a Europa valorizar o cinema e o audiovisual, com políticas concretas que estimulem a livre concorrência e a liberdade de criar, sem condicionalismos públicos.
Em contraciclo, Leonel Vieira – com a trilogia A Canção de Lisboa, O Leão da Estrela e O Pátio das Cantigas – trouxe os portugueses e as portuguesas de novo para as salas de cinema. Reconciliou-os com o cinema português.
A imagem de um país (exemplos não faltam) e de grandes cidades, factos, personalidades, está muito dependente da forma como o cinema os retrata. Leonel Vieira tem por hábito dizer que, «quando tivermos o público connosco, poderemos contar-lhes tudo: dramas, comédias, westerns, etc.».
Portugal, ao nível das suas políticas públicas, deverá priorizar o cinema como uma aposta de futuro.
Num mundo cada vez mais pequeno, onde a velocidade da informação é cada vez mais alucinante, onde o audiovisual é cada vez mais importante, Portugal deve criar condições de melhor e maior atratividade para que se invista cada vez mais no cinema. Convidando os investidores internacionais do setor a virem cá para conhecerem in loco o que de bom o nosso país lhes poderá proporcionar. Exemplos não faltam.