E quando tudo parecia aparentemente decidido, a Colômbia empatou o encontro, já em tempo de compensação, e empurrou o encontro dos oitavos-de-final, que disputou com a Inglaterra, para o prolongamento e, mais tarde, para as grandes penalidades. Neste jogo em concreto vale mesmo a pena começar pelo fim. O Inglaterra-Colômbia só viu o golo inaugural da partida chegar aos 57 minutos pelo suspeito do costume. Harry Kane ganhou o penálti e, na sua conversão, não desapontou, como, aliás, já se tornou um hábito neste Mundial 2018. O avançado do Tottenham apontou o seu 3.º golo de grande penalidade na Rússia (havia feito dois contra o Panamá), subiu para seis na sua conta pessoal, sendo, por agora, o melhor marcador da prova, e, para já, igualou Gary Lineker com 6 golos num só Mundial.
Apesar da desvantagem e de faltarem cerca de 30 minutos para se descobrir o último apurado destes ‘oitavos’, os cafeteros, privados de um fundamental James Rodríguez, pareciam sem energia suficiente para chegar ao empate. De tal forma, que a primeira grande oportunidade dos colombianos só se confirmou aos 81 minutos (!!) por Cuadrado, mas foi desperdiçada.
Contudo, e numa altura em que os ingleses entraram em modo contagem decrescente para os festejos, o avançado Uribe disparou um remate do meio da rua e embora não tenha chegado ao fundo das redes graças ao guardião inglês Pickford, – que, diga-se, evitou claramente aquele que seria considerado o melhor golo do Mundial até aqui –, foi o responsável pelo que se sucedeu.
Aos 93 minutos, e a dois de terminar o tempo extra concedido pelo árbitro, Yerry Mina fez o golo do empate, de cabeça, após canto cobrado na direita. O colombiano marca há três jogos consecutivos pelos (Polónia, Senegal e Inglaterra) e é, com três golos, o defesa com mais golos neste Mundial.
O marcador não se havia de alterar até aos 120 minutos, mas os sorrisos dos adeptos colombianos nas bancadas eram a prova que apesar da energia cafetera só ter despertado a nove minutos do fim do tempo regulamentar tinha chegado para ficar até, pelo menos, ao desempate pela marca do castigo máximo.
Inglaterra quebra maldição Na lotaria das grandes penalidades, a Inglaterra levou a melhor (4-3) e quebrou, por fim, um enguiço que se prolongava há 28 anos. Até esta noite, os ingleses tinham perdido sempre no desempate de grandes penalidades num Mundial (em 2006, contra Portugal, nos quartos-de-final; em 1998, com a Argentina, nos oitavos-de-final, e, em 1990 com a Alemanha, na meia-final).
Desde 2006 que a Inglaterra não alcançava os ‘quartos’ de um Mundial, ano em que foi eliminada por Portugal, precisamente nas grandes penalidades.
Por sua vez, a Colômbia saiu derrotada naquela que foi a 1.ª vez que os cafeteros marcaram presença no desempate de grandes penalidades num Campeonato do Mundo.
Golo soliário manda suécia para os ‘quartos’ Antes do jogo grande desta terça-feira, a penúltima partida dos oitavos-de-final fez-se entre Suécia e Suíça. O jogo era, desde logo, o encontro menos aliciante que o cartaz Mundial2018 apresentava para esta fase da prova e essa aposta viria mesmo a confirmar-se no final dos 90 minutos. Por essa razão, há que agradecer ao sueco Emile Forsberg, extremo que aos 66 minutos rematou para o único golo da partida, depois de a bola ainda sofrer um desvio no defesa central dos helvéticos, Manuel Akanji, e evitou que a decisão seguisse para prolongamento e, muito provavelmente, trinta minutos depois, para as grandes penalidades.
A partida entre nórdicos e helvéticos juntou-se, aliás, ao lote restrito de jogos sem motivos de interesse que aconteceram nesta prova, como foi o caso do França-Dinamarca, disputado ainda durante a fase de grupos, numa altura em que o empate apurava as duas seleções. Contudo, e sendo esta a fase do mata-mata, para a história fica o facto de os suecos voltarem a marcar presença nos quartos-de-final do Mundial 24 anos depois.
Depois de dois anos a assistir do sofá aos Campeonatos do Mundo esta será a quinta presença da Suécia nos ‘quartos’ (1934, 1938, 1958, 1994 e 2018). Nas quatro vezes anteriores em que disputaram o jogo que antecede as meias-finais, os suecos só foram eliminados, até agora, no ano de 1934.
De resto, desde o Mundial de 1958, ano em que saiu como finalista vencida do Campeonato do Mundo, que a Suécia não vencia jogos consecutivos num Mundial (antes de bater a Suíça, venceu, recorde-se, o México na última jornada do agrupamento). E tudo sem Ibrahimovic…
Por sua vez, a Suíça volta a despedir-se nesta fase da competição em branco. Em quatro presenças nos ‘oitavos’, os helvéticos foram sempre eliminados (1994, 2006, 2014 e 2018), sem marcar sequer um golo.