Após o plano apresentado por Theresa May, na passada sexta-feira, e a demissão de dois ministros (David Davis e Boris Johnson), esta segunda-feira, o líder dos Trabalhistas Jeremy Corbyn pediu a demissão da primeira-ministra britânica. Segundo o líder trabalhista, é preciso “um governo que seja capaz de governar e negociar para o bem deste país e seu povo” e acusa May de ser incapaz de o fazer.
Esta segunda-feira, no Parlamento, May defendeu a aceitação das regras europeias para a circulação de bens entre o mercado britânico e os estados membros da União Europeia. Jeremy Corbyn decidiu intervir e criticar as recentes posições e escândalos do governo do Reino Unido. Para o líder trabalhista, "este não é um plano abrangente para os empregos no Reino Unido e para a economia que o povo deste país merece. Essas propostas ficam muito aquém de uma união aduaneira abrangente, algo que os sindicatos e empresários vêm exigindo". Recorde-se que o acordo ‘Soft-Brexit’ de Theresa May visa, por exemplo, tentar negociar uma parceria comercial com a União Europeia e o fim da liberdade de movimento, sem que seja condicionada a deslocação de britânicos e cidadãos da UE que estejam a estudar ou a trabalhar fora e dentro do território britânico.
Outra das medidas que May defende é que a Irlanda do Norte, que faz parte do Reino Unido, deve ser retirada do mercado interno do país. A União Europeia não concordou com esta proposta, visto que isto resultaria numa separação da região do resto do país.
Para Corbyn, “a livre circulação de bens é a única maneira de evitar que uma fronteira entre a Irlanda do Norte e a Irlanda e entre a Irlanda do Norte e o Reino Unido e a única forma de proteger as cadeias de valor integradas e os processos rápidos dos quais milhões de empregos e meios de subsistência dependem". “Num momento tão crucial para o nosso país nestas negociações cruciais, o governo precisa agir em conjunto e fazê-lo rapidamente e se não puder, deve abrir caminho para aqueles que podem", acrescentou.
Para além destas palavras ditas no Parlamento, o líder trabalhista escreveu no Twitter, reagindo à saída de David Davis, que este “momento tão crucial, mostra que Theresa May não tem qualquer autoridade e é incapaz de cumprir com o Brexit”. Acrescentou ainda que “com o governo num caos, se ela não se demitir, torna-se claro que está mais interessada em agarrar-se aos seus próprios interesses do que em servir as pessoas do nosso país”.
David Davis resigning at such a crucial time shows @Theresa_May has no authority left and is incapable of delivering Brexit.
With her Government in chaos, if she clings on, it's clear she's more interested in hanging on for her own sake than serving the people of our country.
— Jeremy Corbyn (@jeremycorbyn) 8 de julho de 2018