Os conflitos no seio do governo britânico de Theresa May estão a escalar a cada hora que passa. Depois de o ministro para o Brexit, David Davis, e do responsável do departamento para o Brexit, Steve Baker, se terem demitido, chegou a vez do ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Boris Johnson. Os governantes demitiram-se em desacordo com a política para um soft Brexit definida pelo acordo de Chequers, alcançado na sexta-feira entre os membros do executivo de May.
"A primeira-ministra aceitou a resignação de Boris Johnson como ministro dos Negócios Estrangeiros. O seu substituto será anunciado em breve. A primeira-ministra agradece a Boris pelo seu trabalho", disse uma fonte de Downing Street ao "Guardian".
Johnson foi um dos principais rostos da defesa do voto de saída da União Europeia no referendo de 2016. A sua saída, explica o "Guardian", aprofunda a crise no seio do executivo e May poderá enfrentar em breve uma moção de censura na Câmara dos Comuns.
Para que o parlamento britânico vote uma moção de censura, é necessário que 48 parlamentares escrevam cartas nesse sentido ao líder do grupo parlamentar conservador, Graham Brady. Esta possibilidade não pode ser descartar tendo em conta que May tem enfrentado uma revolta na sua própria bancada conservadora nas últimas semanas.
Além da possível queda do executivo, levanta-se ainda a hipótese de May enfrentar uma disputa pela liderança do Partido Conservador, com Johnson entre os potenciais candidatos.