O Presidente da República, PSD e CDS exigiram este sábado explicações urgentes em relação à alegada existência de material furtado de Tancos ainda por localizar.
Marcelo Rebelo de Sousa mostrou-se “preocupado” com a situação e exigiu um total esclarecimento sobre o que se passa com o armamento roubado.
“O Presidente da República reafirma, de modo ainda mais incisivo e preocupado, a exigência de esclarecimento cabal do ocorrido com armamento em Tancos”, refere a nota publicada no site da Presidência da República.
Marcelo “tem a certeza de que nenhuma questão envolvendo a conduta de entidades policiais encarregadas da investigação criminal, sob a direção do Ministério Público, poderá prejudicar o conhecimento, pelos Portugueses, dos resultados dessa investigação. Que o mesmo é dizer o apuramento dos factos e a eventual decorrente responsabilização”, lê-se no mesmo texto.
O PSD também exigiu esclarecimento e prometeu confrontar o ministro da Defesa na próxima terça-feira, durante a comissão parlamentar.
"Embora a audição seja sobre a cimeira da NATO a gravidade do noticiado, a ser verdade, é de uma gravidade extrema. Aquilo que foi dito aos portugueses, pelo Exército e pelo Governo, foi que todo o material furtado tinha sido recuperado e ainda, estranhamente, acrescido de uma caixa de petardos não inventariada (…) para não prejudicar o importante assunto relativo às conclusões da cimeira da NATO desta semana, o PSD irá requerer o desdobramento da audição de modo a ambos os assuntos serem abordados”, explica o deputado Pedro Roque, numa nota citada pela agência Lusa.
"Está em causa a segurança nacional. O roubo aconteceu em instalações das Forças Armadas, a investigação foi feita pela Polícia Judiciária Militar e o resultado é a total falta de transparência", criticou Fernando Negrão numa outra nota publicada no Facebook.
O CDS assumiu uma postura idêntica aos sociais-democratas, comprometendo-se a confrontar Azeredo Lopes com o que considera "informação incorreta" prestada ao parlamento: "Quando temos informação de que ainda há granadas à solta e a informação que foi prestada à Assembleia da República e à Presidência da República é uma informação que não está correta, ficamos muito preocupados sobre o verdadeiro acompanhamento que está ser feito deste caso pelo Exército", disse João Rebelo à Lusa, esperando que o Ministro da Defesa e o Exército se pronunciem “ainda hoje”. "Caso os esclarecimentos não sejam satisfatórios, [o partido] não fecha a porta a uma comissão de inquérito", revelou.
Os procuradores do Ministério Público frisam num recurso que, "ao contrário do que tinha sido veiculado pelo Exército e pelo Ministério da Defesa", ainda existe material que foi roubado em Tancos que ainda não foi recuperado. Segundo o Expresso, em causa estão granadas e explosivos. O mesmo jornal diz que o MP considera que "a segurança nacional está em perigo enquanto os assaltantes não forem capturados".