O ministro da Defesa, Azeredo Lopes, assumiu esta terça-feira que não foi informado sobre a discrepância entre o material recuperado do furto de Tancos e o material efetivamente desaparecido há um ano. “Tudo o que se refere à investigação criminal cabe exclusivamente ao Ministério Público. Não fui informado desta discrepância”, informou o governante aos deputados da Comissão de Defesa. O Expresso deu conta de que existe material por recuperar, designadamente 30 cargas de explosivos. O governante evitou também responder às perguntas dos deputados sobre se mantém a confiança no Chefe de Estado- Maior do Exército, Rovisco Duarte. Na audição sobre o caso de Tancos acabou, contudo, por frisar que “já se verificaram informações fidedignas do Exército que não eram fidedignas, um processo que acabou por ser doloroso e draconiano”.
A estratégia do PS virou-se para os esclarecimentos do Ministério Público, com o deputado Ascenso Simões a lembrar as notas do Presidente da República a pedir um “cabal esclarecimento”. Quando o ministro ia responder a uma das perguntas do CDS sobre as eventuais consequências da confirmação oficial de que existem diferenças entre o que foi recuperado e o que foi roubado, o deputado Ascenso Simões interrompeu o ministro para lhe dizer que o CDS tinha menos deputados do que o PS, e o “tempo acabou”. Assim, acabou também a audição e cá fora, tanto o PSD como o CDS não pouparam nas críticas.
Os sociais-democratas acusaram Azeredo Lopes de ser um mero espetador e o CDS insistiu que se terá de avaliar uma comissão de inquérito sobre o caso.