O Volt já é legalmente reconhecido como partido na Alemanha, Bélgica, Bulgária, Espanha e Holanda e, no último fim de semana, ganhou esse estatuto também em Itália. Agora, procura fazer o mesmo caminho em Portugal. Iniciou este mês a fase de recolha de assinaturas, precisando de 7500 para ser reconhecido como um partido político no nosso país. O objetivo, para já, é concorrer às eleições europeias.
Segundo Tiago Guilherme, presidente do Volt Portugal, o movimento pan-europeu “não se situa nem à esquerda nem à direita”. “Não nos identificamos com as ideologias nem à esquerda nem à direita. É um partido sem ideologia, mas não deixamos de ter valores por causa disso: defendemos os valores da democracia, da solidariedade, ou seja, os valores europeus do início da formação da União Europeia que achamos que, neste momento, estão desvirtuados”, disse ao i.
Para os membros do movimento, deve haver uma reforma das instituições europeias, para que se consiga “uma Europa mais unida, mais democrática e mais solidária”. Para isso, vão ter um “programa comum, ou seja, para todos os países da União Europeia onde existe o Volt”. Além disso, estão a preparar também um programa nacional, “adaptando o plano europeu às particularidade de cada país”. “Se no caso da Suécia, as questões sociais já estão tratadas e resolvidas, na maior parte dos casos, em Portugal não estão e, por isso, o programa para Portugal vai ter um foco mais social”, explica Tiago Guilherme.
O presidente do movimento defende que “num momento em que os extremismos e populismos estão a ganhar força em toda a Europa, achamos que deve haver um partido que seja moderado e que indique um caminho de moderação, mas também de esperança”. “Em Portugal, devemos muito aos partidos clássicos, ao PS e PSD, mas achamos que os partidos clássicos já não estão a responder às necessidades das populações”, acrescenta.
No conjunto dos países da UE, o partido tem à volta dez mil apoiantes. Em Portugal, o processo está no início, segundo Tiago Guilherme, e o movimento conta com 50 a 60 membros. Em termos de assinaturas, foram recolhidas até agora cerca de 300, sendo que “ainda vamos ter de batalhar muito”, afirma o presidente do Volt Portugal.