Leitura d’“Os Maias” nas escolas deixa de ser obrigatório

Novas aprendizagens essenciais deixam ao critério dos alunos a escolha das obras dentro dos autores de referência

As aprendizagens essências, que vão substituir as metas curriculares do ex-ministro Nuno Crato, não incluem a tradicional lista de obras obrigatórias para a disciplina de Português do 10º, 11º e 12º anos de escolaridade. Ou seja, obras como “Os Maias” ou “A Ilustre Casa de Ramires”, ambas de Eça de Queirós, deixam de ser obrigatórias.

A partir de agora, os alunos terão apenas de ler uma obra do autor, em vez de um livro específico. O mesmo se passa noutra obras como Almeida Garrett, Alexandre Herculano ou Camilo Castelo Branco. A inscrição nos documentos disponíveis até 27 de junho na página da Direção-Geral da Educação para consulta pública diz “escolher um romance” ou “escolher três poemas”.

Esta medida foi já estreada em 230 escola que fizeram parte do projeto-piloto da flexibilidade curricular. No entanto só no próximo ano letivo irá ser implementada nos anos iniciais de cada ciclo – 1.º, 5.º, 7.º e 10.º anos – mas só terá expressão no ano seguinte.

Ao Público, o Ministério da Educação explicou que os exames vão passar a avaliar “o que está disposto nas aprendizagens essenciais”. Estas medidas, elaboradas pelas associações de professores têm como objetivo combater a “extensão” dos programas curriculares e, para isso, “procurou-se identificar, disciplina a disciplina e ano a ano, o conjunto essencial de conteúdos, capacidades e atitudes” que deverão ser apreendidas pelos alunos.