A conferência de imprensa dada pelos médicos e rapazes que ficaram presos na gruta durante cerca de 18 dias foi transmitida a partir de Chiang Rai, na região onde ficaram hospitalizados e onde se encontra a gruta e, de acordo com os médicos, todos os 13 rapazes estão agora "saudáveis".
Uma das primeiras questões a surgir foi a de que “por que é que entraram na gruta?”, tendo o treinador respondido que “todos concordámos em entrar lá dentro”. “Nunca tínhamos visitado uma gruta.”. Além disso, o Treinador acrescentou ainda que antes de entrarem na gruta, tinha partilhado no Facebook a sua atividade. “De repente, enquanto explorávamos, começámos a ver água a entrar na gruta e tentámos sair. Apercebemo-nos de que estávamos encurralados e ficámos surpreendidos, porque não sabíamos que os níveis da água podiam subir”, esclarece Ake.
O líder dos 12 jovens diz que “à primeira, os rapazes tentaram escavar para saírem”, mas depois pediu-lhes que não tivessem medo. “Acabámos por ficar perto de uma parte da gruta, onde caía água que era potável”. Não tínhamos comida, apenas bebíamos água”, acrescentou um dos jovens.
Ake revelou ainda que toda “a equipa sabe nadar”, desmentindo assim os rumores que foram saindo na comunicação social, sobre o facto de estes jovens não saberem nadar . “Todos nós sabemos! Com os treinos de futebol, somos obrigados a ter treinos de natação.”, reiterou o treinado, sublinhando que tentou manter sempre a equipa única. “Tentei sempre manter a moral da equipa e dar-lhes força”.
Quanto à equipa médica e mergulhadores que acompanharam os jovens dentro da gruta, o grupo dos 13 rapazes afirmou que estes se tornaram como “uma família”, e deixaram uma mensagem sobre o mergulhador que morreu ao tentar salvá-los. “Sentimo-nos culpados pela morte dele” e agradecemos “do fundo do coração por todo o esforço”. Um deles acrescentou: “Prometo que era uma boa pessoa, um bom cidadão”. Todos os jovens vão prestar tributo ao mergulhador num templo budista.
Durante a conferência de imprensa, os jovens iam relatando os momentos mais complicados por que passaram lá dentro (da gruta), e explicaram o momento em que os médicos os encontraram.
“Todos os rapazes eram igualmente fortes”, contava o treinador, sublinhando que a intenção de cada rapaz, quando chegassem a casa, seria pedir desculpa aos pais por não os terem avisado de que iam entrar na gruta. “Fiquei com medo que o meu pai me metesse de castigo”, declarou um dos jovens.
Para já, os médicos aconselham a que os rapazes voltem à sua vida normal “o mais rápido possível”, e que esta não “seja perturbada pelos média”, pois caso isso aconteça, isto “irá dificultar a recuperação de todos”. “Estão agora saudáveis para voltarem a casa e retomarem as suas vidas”, declararam os médicos que acompanharam os 13 rapazes e a equipa de resgate no hospital. Estes acrescentam ainda que fizeram “atividades de forma a prepará-los para a saída do hospital” e revelaram ainda que vão fazer uma pequena viagem todos juntos.
De acordo com o Governador de Chiang Rai, que esteve presente na conferência de imprensa, os papéis relativos à cidadania dos quatro rapazes que não tinham nacionalidade tailandesa já estão a ser “tratados”.
Quanto ao futuro, um dos rapazes diz que quer “jogar para a Tailândia, quando for grande” e quatro deles querem pertencer à marinha do país. Todos os membros da equipa afirmam que vão ter mais cuidado com as atividades que fizerem.
Wild boars arrive and have a quick kick around of football! @SkyNews pic.twitter.com/6QEtyjrq4Y
— Siobhan Robbins Sky (@SiobhanRobbins) 18 de julho de 2018