Depois de uma primeira metade de época de 2018 que o próprio considerou ter ficado aquém do desejado, o jogador do clube Vale de Janelas recuperou o ânimo no Oceânico World Kids Golf, o mais histórico e relevante torneio juvenil português, e vai somar os seus primeiros pontos para o ranking mundial amador. O mesmo sucede com a inglesa Jessica Adams, a campeã nos sub-18, que admitiu ter vindo pela primeira vez ao torneio exatamente em busca «de pontos para o ranking mundial, que não são assim tão fáceis de obter».
A diferença é que o vencedor do torneio masculino teve ainda outro prémio especial, o de receber um convite da PGA de Portugal para disputar o Amendoeira Classic do Portugal Pro Golf Tour, um torneio internacional para profissionais, de 10 mil euros em prémios monetários, que irá realizar-se em 2019.
«Estou interessado, completamente, em jogar o torneio. É algo que não é nada normal para nós, ter esta oportunidade de jogar num torneio com profissionais», disse Martim Baptista, que agregou 230 pancadas, 14 acima do Par do Oceânico Faldo Course, após voltas de 75, 83 e 72, batendo por 2 ‘shots’ o grande favorito, Gonçalo Teodoro, membro das seleções nacionais da FPG, e o holandês Floris Steunenberg.
«Este torneio foi muito motivador. A minha melhor classificação este ano em torneios do Drive Tour (circuito da FPG) tinha sido um top-5. É a minha primeira vitória do ano em termos oficiais e talvez seja uma das minhas melhores vitórias. Esta última volta a Par do campo, a sair das brancas, foi o meu melhor resultado de sempre num ano em que estou a jogar pela primeira vez nos sub-18», acrescentou o jogador treinado por Luís Barroso.
Jessica Adams estava também, naturalmente, «muito satisfeita por ter ganho o torneio com uma boa última volta, num dia tão quente, depois de ter sentido dificuldades nas duas primeiras voltas». A inglesa que deixou a segunda classificada, a portuguesa Inês Pereira, a 11 pancadas de distância, totalizou 241 pancadas, 25 acima do Par do Oceânico O’Connor Course, entregando cartões de 85, 82 e 74. «Já valeu a pena ter vindo», desabafou a britânica que deseja um dia tornar-se profissional.
Um dos pontos altos das celebrações da 10.ª edição do Oceânico World Kids Golf foi, aliás, a presença de uma delegação do Ladies European Tour (LET), a primeira divisão do golfe profissional feminino europeu, composta pela jogadora inglesa Rebecca Hudson, vencedora de cinco títulos profissionais, quatro dos quais no LET, e pelo presidente do LET, Mark Lichtenhein.
Desde o ano passado que o LET tem prestado uma atenção especial ao torneio juvenil do Amendoeira Golf Resort e no seu discurso deste ano Mark Lichtenhein elogiou o aumento de participantes femininas, mas sublinhou que «precisamos de mais meninas a jogar». Ao Gabinete de Imprensa do torneio, o presidente do LET admitiu estar em conversações com a Oceânico, no sentido de um dia oferecer um convite para um torneio profissional à vencedora do torneio de sub-18, como sucedeu este ano no torneio masculino.
Uma boa notícia para as jogadoras portuguesas que todos os anos brilham no Oceânico World Kids Golf. Este ano, Filipa Capelo venceu os sub-16, depois de no ano passado ter sido vice-campeã; Ana da Costa Rodrigues e Inês Belchior foram vice-campeãs, respetivamente nos sub-14 e sub-12, um ano depois de terem ganho no escalão etário inferior; e Maria Francisca Salgado sagrou-se campeã nos sub-9.
No setor masculino, para além de Martim Batista ter sido o primeiro vencedor português nos sub-18 desde Cristiano Marcela em 2015, houve ainda mais dois triunfos portugueses, de Daniel Sardo nos sub-10 e de João Iglésias nos sub-14. Note-se, contudo, que o sul-africano Calvin Holmes, que triunfou nos sub-16, continua o seu processo de aquisição de cidadania portuguesa e mantém o desejo de representar a seleção nacional.