Chegou a ser apoiante de Bruno Carvalho, mas tornou-se numa das vozes mais críticas da liderança do ex-presidente do Sporting. O antigo líder do BES Investimento José Maria Ricciardi anunciou este domingo que será candidato às eleições do clube de Alvalade que se disputam a 8 de setembro. E junta-se, assim, à já longa lista de interessados em presidir ao Conselho Diretivo, que inclui Frederico Varandas, Pedro Madeira Rodrigues, Fernando Tavares Pereira, João Benedito, Zeferino Boal, Dias Ferreira, Carlos Vieira e Bruno de Carvalho.
Ao início da noite deste domingo, numa entrevista à CMTV, Ricciardi justificou que “nenhuma das candidaturas” que estão em cima da mesa reúne “as condições necessárias” para liderar o Sporting na atual “fase difícil”. E explicou as razões que o levaram a avançar: “Tenho uma experiência bastante longa na banca e em tudo o que tem a ver com a atividade empresarial, económica e financeira e reuni uma equipa muito coesa, forte e absolutamente transversal”.
Os nomes só serão revelados nos próximos dias – sendo que as listas têm de ser apresentadas até dia 8 de agosto –, mas Ricciardi não se inibiu em admitir que se candidata para vencer. “Venho para ganhar”, garantiu, acrescentando que a sua candidatura também serve para “agregar” e “pacificar o futebol português, que vive num estado de guerra permanente”. “Comigo vão-se acabar os insultos, os desacatos, as difamações e o futebol vai discutir-se dentro das quatro linhas”, assegurou.
Sobre o facto de existirem várias candidaturas à liderança do clube, o banqueiro acredita que "mostram a vitalidade do Sporting”, sublinhando que todos os sócios têm “legitimidade” para concorrer. Todos, menos um: Bruno de Carvalho. “Pelo menos no meu entendimento, porque 72% dos sócios votaram, numa Assembleia Geral destitutiva, pela destituição dessa direção”. explicou.
Ricciardi revelou ainda que deixou de apoiar Bruno de Carvalho quando achou que “estava a destruir o próprio trabalho” e confessou-se arrependido de lhe ter dado apoio. “Mas ele não me enganou a mim, enganou-se a ele e enganou o Sporting, por razões que eu não consigo explicar ou analisar de uma forma razoável”, acrescentou, recusando a ideia de “presidente sombra”.
Relativamente ao futuro, e se ganhar as eleições, Ricciardi garantiu que José Peseiro se manterá como treinador. “Para mim, agora, o melhor treinador do mundo chama-se José Peseiro. Manterei as decisões da comissão de gestão”, garantiu, antes de elogiar o trabalho da mesa da Assembleia Geral de Jaime Marta Soares e de se defender das críticas dos que o chamam de “croquete”. “Estou-me nas tintas que me achem croquete. O sporting sempre teve todas as classes sociais, não entro nesse jogo da pastelaria”, afirmou.
Quanto à época de futebol que agora começa, o banqueiro avisou que é preciso “não entrar em euforias”, porque o Sporting vai partir “um pouco atrás” em relação aos rivais, devido à instabilidade que se vive no clube. Mas garantiu aos sportinguistas que tudo fará para que o Sporting “lute pelo título e ganhe o título”.
Sobre a parte financeira do clube, Ricciardi começou por prometer – contrariando a tese de Bruno de Carvalho – que, se ganhar, a maioria da SAD “nunca deixará de pertencer ao Sporting e aos sócios”. Mas avisou que vai ser preciso pôr as contas em ordem: “Há grandes desafios, a despesa é elevada e terá de haver uma gestão eficiente e controlada”.
Os rumores de que José Maria Ricciardi poderia ser candidato à presidência do Sporting intensificaram-se recentemente, quando o banqueiro não apoiou a possibilidade de o antigo futebolista Luís Figo se vir a candidatar. “Não apoio Luís Figo nem vou apoiar nenhuma candidatura”, disse, na altura, em declarações ao “Jornal Económico”.