Um estudo da Universidade de Coimbra revela que a maioria dos portugueses demonstra interesse por serviços sexuais e eróticos. A maioria dos inquiridos associa esse interesse com curiosidade.
A maior parte dos interessados são os jovens, os solteiros e divorciados.
Esta é uma tese realizada na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, "Lazeres eróticos e sexuais – práticas, consumos e perceções da população portuguesa", de Catarina Nadais, e envolveu inquéritos a 752 pessoas.
Como práticas eróticas, o estudo destaca o ‘sexting’ (troca de mensagens eróticas), com 16,4% dos inquiridos a confirmarem que já o fizeram, de seguida o ‘bodysushi’ (mesa humana de sushi erótica) com 9,9% de adesão, jantar às escuras (9%) e uma ‘escapadinha’ para um motel, com 8,1% dos inquiridos a admitirem que já o fizeram. A autor anota que existe "uma maior abertura da sociedade a estas práticas".
Quanto à compra de produtos ou de serviços, as ‘sex shops’ são as preferidas pelos inquiridos: 38,7%; seguida de canais para adultos (com 36,7%) e motel (com 25,5%). É de referir também o interesse em cruzeiros para solteiros (0,8%), os produtos para o ‘bodyshushi’ (0,9%), e o ‘speed dating’ (com 1,2%).
De acordo com os dados revelados, os móteis são mais utilizados pela faixa etária que vai dos 31 aos 59 anos, da classe social alta.
No entanto, 80,9% dos indivíduos que participaram no estudo consideram que há falta de divulgação ou promoção de atividades eróticas e sexuais. Para a autora da tese, Portugal ainda "é uma sociedade conservadora", visto que ainda não olha para estas práticas “como normais” e este assunto ainda se mostra tabu na sociedade portuguesa.
"Normalmente, é mais fácil lidar com a situação, com o desconforto ou com o tabu, quando há uma quase infantilização da prática", aponta Catarina Nadais.