Numa semana como esta, em que as temperaturas podem ultrapassar os 45 ºC, muitos portugueses gostam de se refrescar, como por exemplo com um gelado. Dos mais novos aos mais velhos, da fruta ao chocolate, esta sobremesa agrada a quase todos. No entanto, investigadores descobriram que os gelados são uma das razões mais desconhecidas que levam à intoxicação alimentar.
Amreen Bashir, uma professora catedrática de Ciência Biomédica na Universidade de Aston (EUA), falou com o site The Conversation sobre os perigos desta guloseima.
Em 2015, gelados contaminados pela bactéria Listeria fizeram com que três pessoas morressem e cinco fossem hospitalizadas em Topeka, no Estado do Kansas. “Tais casos são muito raros e os consumidores não têm qualquer tipo de culpa”, afirma a professora de Aston.
De acordo com Amreen Bashir “as indústrias alimentares têm parâmetros e estratégias a cumprir para garantir a segurança do consumidor, mas mesmo os melhores já recolheram produtos que apareceram contaminados, provenientes das suas fábricas”.
Relativamente ao caso do Kansas, “a bactéria Listeria estava presente nos gelados” com “ níveis de dez colónias [de bactérias] por grama”, o que é “significativamente baixo, relativamente ao valor que era permitido para sobremesas congeladas no Reino Unido – 100 colónias por grama”. Assim, “várias empresas tiveram de reavaliar os parâmetros de saúde alimentar”, conta a professora.
Porém, os gelados podem demonstrar um risco depois de terem sido comprados. Por vezes, as pessoas deixam os gelados derreter e voltam a congela-los. “Os gelados derretem rapidamente à temperatura ambiente e todo o líquido – com o leite, açúcar e ovos pasteurizados – torna-se a ‘placa de petri’ perfeita para bactérias como a Listeria se desenvolverem”, explicou.
“A melhor coisa a fazer é, logo depois de nos servirmos do gelado, voltar a colocá-lo no congelador. Também, não devemos voltar a utilizar colheres que estejam sujas”, aconselha a professora.