O nome completo é National Air and Space Agency (Agência Nacional de Aeronáutica e do Espaço), mas todos a conhecemos pelo acrónimo NASA. Dedicada ao estudo do que está para além do olho humano, foi criada há precisamente 60 anos, pela Lei Nacional de Aeronáutica e Espaço promulgada a 28 de julho de 1958 pelo Presidente americano Dwight Eisenhower. A sua génese leva-nos a plena Guerra Fria e à corrida ao armamento.
No período que se seguiu à II Guerra Mundial, após a qual os vencedores partilharam os despojos e dividiram o globo em áreas de influência, os Estados Unidos da América (EUA) e a antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) deram início a um ciclo vicioso, no qual competiram pela supremacia – bélica, mas também política – e disputaram o poder através dos avanços tecnológicos. URSS e EUA investiam cada vez mais em meios ultra-avançados para a altura, de modo a preparem-se para um cenário de possível confronto. Foi nessa competição que a URSS criou e enviou o primeiro satélite artificial da Terra, conhecido como Sputnik I, no dia 4 de outubro de 1957 – em que era celebrada a primeira edição do Ano Internacional da Geofísica, criado pela Organização das Nações Unidas (ONU). O equipamento não tinha nenhuma função específica, para além de transmitir um sinal de rádio, possível de ser sintonizado por qualquer aparelho que alcançasse a frequência. Apesar de ser algo simples nos dias de hoje, representou uma enorme derrota para os americanos, que até à data não tinham conseguido materializar o seu próprio satélite.
Em resposta à URSS, cerca de quatro meses depois, mas ainda com o intuito de fazer parte dos projetos daquele primeiro Ano Internacional da Geofísica, os EUA lançaram para a órbita da Terra o primeiro satélite norte-americano. Conhecido como Explorer I, também marcou a história aeroespacial uma vez que era bem mais avançado do que o da União Soviética: conseguia detetar raios cósmicos, tinha vários sensores para medir a temperatura, um microfone para capturar o som do impacto de micro meteoritos e um anel de medição da erosão dos fragmentos que vagueiam pelo espaço.
Desde então, entre sucessos estrondosos e fracassos igualmente estrondosos, foram várias as datas que marcaram a ciência e a corrida espacial, principalmente nos Estados Unidos, que investiram seriamente no setor. A criação da NASA foi o ponto de partida para que tudo o resto se desenvolvesse. Seis décadas depois, a multiplicação de projetos de investigação na área fez com que o mercado ficasse mais competitivo, mas a NASA garantiu à comunicação social americana que vai continuar a investir para se manter forte numa época em que os avanços tecnológicos são ainda mais propícios para continuar a deixar marcas na história.
Os americanos partiram atrás na corrida espacial. Depois de a cadela Laika ter sido o primeiro ser vivo em órbita (1957), os russos conseguiram repetir a proeza com Yuri Gagarine em 1961.
E o arranque da NASA não foi auspicioso. A 12 de setembro de 1962 J. F. Kennedy proferiu o seu famoso discurso ‘We choose to go to the moon’. Mas a primeira missão do projeto Apollo – que tinha o objetivo de levar o homem à Lua – tirou a vida a três astronautas, durante um teste de lançamento que ocorreu no dia 27 de janeiro de 1967. Mesmo perante a tragédia, a agência americana não desistiu de ir à Lua e continuou a envolver vários investigadores que ansiavam chegar ao satélite natural da Terra. Depois de vários anos de insistência, o comandante da missão Apollo 11, Neil Alden Armstrong, conseguiu pisar a Lua no dia 20 de julho de 1969. Após o grande marco na história da NASA, as missões espaciais com destino à Lua continuaram somente até dezembro de 1972 – data da última expedição tripulada ao nosso satélite natural, conhecida mundialmente por Apollo 17. Esta foi também, a que mais horas permaneceu na superfície lunar.
Além do espaço sideral, a NASA também se ocupa de explorar os restantes planetas do sistema solar. No dia 15 de outubro de 1997, através de um projeto conjunto com a Agência Espacial Europeia e a Agência Especial Italiana, foi lançada a sonda Huygens com o intuito de investigar o enigmático planeta Saturno e os seus satélites naturais. A Huygens apenas entrou entrou na órbita de Saturno no dia 1 de julho de 2004, após quase sete anos de viagem, e continuou operacional até ao dia 15 de setembro último.
Mas o grande objeto de estudo da NASA nos tempos que correm é o vizinho Marte, sobre o qual a agência se tem debruçado há vários anos. Recentemente, até lançou um concurso onde as pessoas podem desenvolver graficamente casas em território marciano. Ainda são poucas as evidências das condições propícias ao aparecimento de vida humana no Planeta Vermelho. Mas no último mês foi anunciada a descoberta um aquífero no planeta vizinho. Mais uma prova dos grandes avanços tecnológicos que se têm vivido no setor aeroespacial.