Nas localidades afetadas pelo incêndio de Monchique, o INEM disponibilizou três unidades móveis para intervenção psicológica de emergência – as UMICE – que têm como objetivo "fazer a triagem de reações e das primeiras necessidades". De acordo com a coordenadora do Centro de Apoio Psicológico e de Intervenção em Crise do INEM, Sónia Cunha, tem sido dada resposta a “bastantes pedidos”.
Cada uma das unidades móveis tem um psicólogo e um técnico de emergência pré-hospitalar que avaliam os sujeitos e promovem estratégias, explicou Sónia Cunha à Lusa, para que a probabilidade do “desenvolvimento de patologias, como as perturbações de stress que são associadas à vivência de traumas” seja minimizado.
Depois desta triagem, os casos sinalizados são remetidos aos “centros de saúde e às unidades de saúde mental", acrescentou. “Existindo reações intensas ou menos adaptativas, procuramos promover a estabilização emocional, para que as pessoas consigam controlar as suas emoções, sem deixar de as viver e verbalizar, mas de forma controlada e funcional."
A coordenadora explicou que estas situações de incêndio são “situações de ameaça da própria vida, de familiares ou da integridade dos bens” e, por isso, “há uma maior ativação emocional e uma maior dificuldade em tomar decisões e em serem protetoras delas próprias”.