Depois da última vaga de calor em que os portugueses sentiram saudades de algum ar fresco, o mercúrio volta a subir, mas com temperaturas mais suportáveis. De acordo com as previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), o bom tempo vai continuar, pelo menos até à próxima semana, a estimular as idas à praia, não fosse este um dos hábitos mais entranhados na sociedade portuguesa.
As altas temperaturas também convidam a um descanso prolongado. E quando se trata de férias, segundo os dados divulgados ontem pelo gabinete oficial de estatísticas da UE (Eurostat), os portugueses são quase os campeões da poupança. Cada pessoa gasta, em média, cerca de 136 euros por uma deslocação turística – valor muito abaixo da média europeia: 336 euros.
Portugal aparece em terceiro lugar a contar do fim da lista dos países que mais gastam em férias. A liderar o pódio dos mais poupados estão os romenos (com uma média de 107 euros) e, logo de seguida, em segundo lugar aparecem os checos (129 euros).
Mas isso não significa necessariamente que os portugueses não aproveitem o período de descanso. Um recente estudo do Observador Cetelem mostra que existem cada vez mais alternativas que implicam valores reduzidos e que os cidadãos optam por viajar dentro do país.
Em Portugal o slogan “vá para fora cá dentro” – uma campanha do Turismo de Portugal emitida em 1995 – deixou marca: mais de metade dos portugueses (66%) preferem o turismo doméstico. Neste ponto ocupam o quinto lugar da União Europeia. A tendência no resto da Europa é optar por passar férias no estrangeiro 55% preferem sair do país de origem, enquanto 45% fazem turismo doméstico.
Os dados do Observador Cetelem mostram ainda que, nos últimos anos, o tempo médio de férias dos portugueses no verão tem vindo a aumentar. Este ano o tempo de descanso chega a ser de duas semanas e meia, ao contrário da média de duas semanas de há dois anos.
Porquê ficar em Portugal?
Segundo o Observador Cetelem, os portugueses elegem o verão como a época ideal para gozar o período de descanso anual. E uma das atividades prediletas recai naturalmente sobre a praia. Aqui, o clima é um fator decisivo: 41% dos inquiridos justificam a escolha do Sul de Portugal pelo facto de o tempo ser ainda mais aprazível nesta região.
Ao longo do documento, é possível verificar que o nível socioeconómico influencia tanto o destino como a companhia que se leva nas férias. A maioria dos inquiridos respondeu que opta por passar férias na casa de familiares, de modo a poupar no alojamento.
Hábitos dos portugueses
A praia continua a ser o destino de eleição: 69% dos portugueses indicam que esta é uma preferência de verão. Apenas 30% dos inquiridos preferem o campo e 28% a cidade.
Cerca de um terço dos portugueses inquiridos pretende gastar a totalidade do subsídio de férias, para pagar as despesas associadas ao lazer – facto que tem maior incidência na opção de férias no estrangeiro. Apenas uma minoria dos participantes não utiliza o subsídio para este fim, em particular nos casos em que estas são passadas em casa.