A primeira escorregadela do Manchester City nesta edição da Premier League teve dedo português, mas acima de tudo contou com a ajuda preciosa de uma mão francesa. O Wolverhampton Wanderers, treinado por Nuno Espírito Santo e com uma verdadeira armada lusa em campo, conseguiu travar os demolidores citizens de Pep Guardiola, embora beneficiando de um golo irregular decisivo para o desfecho (1-1).
É impossível, todavia, tirar o mérito a Nuno e ao Wolves, que fez um jogo extraordinário, atendendo a que é uma equipa recém-promovida ao principal escalão do futebol inglês. Na primeira parte, os homens da casa conseguiram mesmo marcar, por Raúl Jiménez, avançado mexicano cedido pelo Benfica, mas o golo foi anulado por fora-de-jogo. O City teve muitas dificuldades para penetrar na defesa do Wolves, mas conseguiu ainda assim enviar duas bolas ao poste: uma por Aguero e outra na sequência de um tiro de Sterling e de uma defesa monumental de Rui Patrício, já candidata a melhor da temporada.
No segundo tempo, o Wolves, com cinco portugueses em campo (além de Rui Patrício, Rúben Neves, João Moutinho, Hélder Costa e Diogo Joa foram titulares, com Rúben Vinagre a entrar perto do fim), acabaria por se adiantar mesmo no marcador aos 57 minutos, embora de forma irregular: Boly, antigo central de Braga e FC Porto, usou o braço para bater Ederson após cruzamento de Moutinho. A equipa de arbitragem não viu – e em Inglaterra ainda não foi adotado o sistema do vídeo-árbitro -, pelo que o golo contou mesmo.
Os citizens lançaram-se então no ataque, e foi já sem Bernardo Silva em campo que chegaram ao empate aos 69', também por intermédio de um central: Laporte bateu Boly nas alturas e desviou para as redes de Patrício um livre apontado por Gundogan. Aguero ainda voltaria a acertar na trave da baliza do Wolves, na marcação de um livre direto no último lance do jogo, mas o resultado não mais se alterou. O Wolverhampton continua sem vencer (dois pontos em três jogos), mas foi a primeira equipa a travar o City.
No fim da partida, e confrontado com o lance do golo de Boly, Nuno Espírito Santo desvalorizou a falta: "Não vi, mas nessa fase estávamos por cima no jogo." Guardiola, por seu lado, foi diplomático como é seu apanágio: "Não me diz respeito. A Premier League decidirá quando deverá introduzir o VAR. Nada mais tenho a dizer, não sou o árbitro."
VÍDEO: Boly marca com a mão e dá vantagem ao Wolves diante do Man. City https://t.co/F2DF3nblv5 pic.twitter.com/kah8ZBuAwO
— Remate Digital (@Remate_Digital) 25 de agosto de 2018