A compra de carros em Portugal disparou nos primeiros meses deste ano. Segundo dados da Associação do Comércio Automóvel de Portugal (ACAP), de janeiro a julho, Portugal atingiu o valor mais alto na venda de carros dos últimos seis anos.
Feitas as contas, nos primeiros seis meses do ano foram vendidos 179 735 carros, mais 6% em relação ao ano passado. Desde 2012 que não se registava um número tão elevado de vendas nos primeiros meses do ano. Além disso, até 2014, o número total de carros vendidos por ano era inferior ao que já foi vendido este ano em apenas seis meses.
Julho foi o segundo mês com um maior número de vendas automóveis, mais 10,5% em relação ao mesmo mês do ano passado. No total foram vendidos 23 300 automóveis. O maior aumento pertenceu, no entanto, ao mês de abril, com uma variação de 14,1% e 21 481 carros vendidos.
Do total de carros vendidos durante o primeiro semestre, 154 521 eram ligeiros de passageiros. Registou-se, por isso, uma variação positiva de 6,7% em relação ao mesmo período do ano passado.
O mercado de veículos ligeiros atingiu as 176 779 unidades, mais 2,6% face ao período homólogo. Já os veículos pesados, incluindo autocarros, não seguiram a tendência de crescimento e apresentaram uma queda de 3% face ao ano passado, com 2 956 unidades vendidas.
Neste período, a Renault foi a marca que mais carros vendeu em Portugal: 15,51% automóveis vendidos eram da marca francesa, um total de 27 442 carros. A Peugeot ocupou o segundo lugar do pódio, com 10,69% do mercado e a Fiat, com 7,27%, o terceiro lugar. Entre 2017 e 2018, a marca com um maior crescimento foi a Jeep, registando uma variação de 2661,1%, face ao ano passado, devido aos 994 carros vendidos nos últimos meses.
A nível europeu, o mercado automóvel teve o melhor primeiro semestre do século, com a venda de 8,6 milhões de veículos, uma melhoria de 2,7% face ao ano passado.
A Inglaterra apresentou uma quebra de 6,3% que foi compensada pelos crescimentos obtidos por países como Alemanha, França e Espanha.
Produção em Portugal
Até junho, a produção automóvel nacional mostrou sinal verde com um crescimento de 89,3% face ao ano passado, o que representa a produção de 154 045 carros.
Nos primeiros seis meses do ano foram fabricados 124 395 automóveis ligeiros de passageiros em Portugal, mais 125,8% do que no ano passado, e 29 650 veículos comerciais, onde se incluem os comerciais ligeiros, pesados de mercadorias e autocarros.
A Autoeuropa foi responsável por 75% da produção nacional, com o fabrico de 115 715 dos automóveis ligeiros de passageiros, mais 151,1% do que nos primeiros seis meses do ano passado. O maior número de veículos comerciais ligeiros foi registado pela Peugeot com o fabrico de 24 343 automóveis, correspondente a aumento de 23,1% face ao ano passado, e o número de veículos pesados ficou a cargo da Mitsubishi Fuso Truck Europe com 2 624 carros, menos 28,3%.
O valor das exportações, até julho, seguiu a tendência de crescimento e aumentou quase 90% face ao ano passado com 149 310 unidades exportadas.
Do total de carros exportados 95,4% tiveram como destino a Europa, 142 384 automóveis no total. A Alemanha é o país que recebe mais automóveis fabricados em solo português, 31 160, o que equivale a 20,9%. Segue-se a França com 14,7% e Espanha com 11,6%. A Eslovénia e a Irlanda não chegam a receber 1% dos carros produzidos em Portugal.
Além dos países europeus, a China é o país com mais automóveis importados de Portugal, 4 179 no total, 2,8% do total das exportações, já no mercado interno foram comercializados 4735 unidades, o que diz respeito a um aumento de 78,7% face ao período homólogo.
Quebra no gasóleo
As vendas dos carros a Diesel na Europa caiu a pique. Apenas 37% dos carros vendidos têm como combustível o gasóleo, resultantes do comportamento de países como Noruega, Eslovénia, Islândia ou Bélgica. Os modelos elétricos, híbridos e Plug-in híbridos apresentaram um comportamento contrário, com um crescimento de 31%, um total de 5,4% do mercado. Na Noruega, 56% dos carros vendidos é elétrico.
Em Portugal, a venda de carros movidos a gasóleo sofreu uma queda no primeiro semestre, de 8,5% face ao ano passado, ao contrário do que aconteceu com os carros a gasolina que registam um aumento de 22,5%. Os carros com energias alternativas cresceram 85,4%, tendo um peso de 6,3% nas vendas. A nível europeu, Portugal está em segundo no top três das vendas de carros ligeiros de passageiros movidos a gasóleo, registando 61,5% das vendas em 2017.