Um estudo – que analisou o número de internamentos devido a doença mental entre 2008 e 2014, de habitantes da zona de Lisboa – revelou que existe um aumento significativo de internamentos quando as temperaturas são mais altas.
Entre 2008 e 2014 foram registados 30.139 internamentos devido a problemas mentais.
“A exposição a temperaturas elevadas deve ser considera como um risco significativo de doença mental”, indicou o estudo, realizado pela Universidade de Coimbra.
Os investigadores, apontam outros estudos que explicam que as pessoas com distúrbios mentais poderão estar mais vulneráveis aos efeitos das temperaturas altas, revelando que as mulheres estão mais vulneráveis.
“O aumento de internamentos nos dias de temperaturas mais elevadas, como descoberto no estudo, é consistente com estudos anteriores que analisaram a relação entre a temperatura e doenças mentais em diferentes sítios com diferentes climas”, referiu o documento a que a Lusa teve acesso.
Os especialistas dizem ainda que as previsões climáticas apontam para a probabilidade de as temperaturas começarem a subir na Europa já nos próximos anos e que isso poderá causar “uma série de efeitos diretos e indiretos na saúde humana, incluindo um aumento da mortalidade associada ao calor”, sendo necessário “haver respostas de saúde pública adequadas e prontas para lidar com internamentos por doença mental relacionados com o calor”.
No entanto, os investigadores dizem que ainda é necessário aprofundar esta questão, sobretudo para medir a vulnerabilidade de idosos.