O presidente Vladimir Putin voltou atrás com a decisão de aumentar a idade da reforma no país. As mulheres já não passarão a reformar-se aos 63 anos, mas aos 60, mesmo assim uma subida substancial face aos 55 anos da lei atualmente em vigor. No entanto, Putin não voltou atrás no caso dos homens, que passarão a reformar-se aos 65 anos (até agora era aos 60 anos). “No nosso país, existe uma atitude especial e gentil em relação às mulheres”, justificou-se o chefe de Estado russo, que devido a esta reforma viu a sua popularidade descer para os níveis mais baixos dos últimos quatro anos.
Num discurso que se prolongou por mais de 30 minutos, Putin admitiu que as reformas serão “dolorosas”, mas necessárias para evitar a ameaça da hiperinflação na economia nacional e o aumento da pobreza. Sem as reformas, explicou Putin, o governo deixaria de ser capaz de garantir a segurança nacional. “O mais fácil, o mais simples para as autoridades de hoje, seria ficarem quietas”, afirmou o chefe de Estado, argumentando que apenas quer o melhor para o país.
A reforma começará a ser implementada gradualmente a partir de 2019 – para os homens até 2028 e para as mulheres até 2034.
Desde que a medida foi anunciada pelo primeiro-ministro Dimitri Medvedev, a 14 de junho, que tem merecido críticas dos mais diferentes quadrantes, com 90% dos russos a oporem-se à medida. Muitos receiam nunca vir a ter acesso à reforma já que a esperança média de vida na Rússia é de 66 anos para os homens e de 73 para as mulheres. Além disso, a medida não abarca toda a gente – forças de segurança e serviços secretos ficam à margem. Para contrabalançar, Putin anunciou que o despedimento de trabalhadores próximos da idade da reforma passa a ser crime
O envelhecimento da população é uma preocupação grande no país, onde a população tem vindo a diminuir a ritmo elevado, só nos primeiros seis meses do ano a população diminuiu em 164 mil pessoas. As previsões apontam para que em 2044 haja na Rússia mais reformados que trabalhadores no ativo.