O mestre da comédia da Broadway ou, como o recordou o New York Times, o homem cujo nome é «sinónimo de sucesso comercial no teatro». Neil Simon, considerado o maior dramaturgo norte-americano da segunda-metade do século XX pela forma como contribuiu para a refefinição do humor americano, morreu no último domingo, vítima de uma pneumonia. Tinha 91 anos.
Autor de mais de três dezenas de peças de outros tantos argumentos para cinema, grande parte deles adaptações das suas peças, nenhum outro autor recebeu tantos Óscares e Tony como ele. Entre as suas peças estão alguns dos textos mais vezes encenados por todo o mundo. Foi também distinguido com um Pulitzer, com Lost in Yonkers, em 1991, um Emmy, em 1959, por The Phil Silvers Show, e com um prémio Mark Twain for American Humor, já em 2006, entre outros.
Nascido no Bronx, Nova Iorque, em 1927, Neil Simon passou a sua infância em em Washington Heights, durante a Grande Depressão, começou a trabalhar em comédia na década de 1940. Primeiro na rádio, depois na televisão, ao lado do seu irmão mais velho e mentor, Danny. A primeira das suas peças, Come Blow Your Horn, que completou em 1961, ao fim de três anos de trabalho, foi apresentada na Broadway 678 vezes. Nos anos seguintes viriam dois dos sucessos que contribuíram para a grande marca que deixaria no teatro norte-americano: Barefoot in the Park (1963) e The Odd Couple (1965), que lhe valeu um Tony, o maior prémio de teatro do mundo, e daria uma série televisiva.
No ano seguinte, teria em cena quatro espetáculos em simultâneo na Broadway. Ao longo das décadas seguintes, continuou a escrever, tanto peças de teatro como argumentos de filmes, tanto originais como adaptados dos originais do teatro, ao lado de nomes como Sid Caesar, Woody Allen, Mel Brooks e Carl Reiner. E entre 1965 e 1980, as suas peças foram apresentadas mais de 9 mil vezes.
Num género equilibrado entre a comédia e o drama, Simon escrevia a partir do que observava ao seu redor, nalguns casos a partir de si próprio – na trilogia Brighton Beach Memoirs, de 1982, Biloxi Blues, de 1984, Broadway Bound, de 1986. «Ponho sempre uma gargalhada para não dar tempo a que as pessoas se sintam tristes», explicou um dia o autor sobre o seu estilo. «A minha ambição é que o público se ria tanto que algumas pessoas desmaiem».