Das seis mil baixas médicas fiscalizadas no setor da Educação, três mil foram obrigadas a regressar ao trabalho por serem fraudulentas. Os dados constam no relatório da Comissão Europeia sobre a oitava avaliação de Portugal depois da troika, publicado esta terça-feira, avança o Jornal de Negócios.
Segundo o relatório, "a verificação de cerca de seis mil juntas médicas, no setor da educação no final de 2017, para identificar baixas por doença incorretas, contribuiu para o regresso ao trabalho de mais de metade dos casos avaliados".
As fiscalizações ocorreram entre março e agosto e consistiu na elaboração de “um novo sistema de monitorização para avaliar o absentismo”. O objetivo da Comissão Europeia – também assumido pelo Ministério da Finanças no Orçamento do Estado de 2018 – é reduzir o absentismo. Para o Ministério liderado por Mário Centeno, o objetivo é poupar 60 milhões de euros.
João Dias da Silva, da Federação Nacional da Educação (FNE), disse à TSF que “se houver fraude é uma culpa que é partilhada entre médico e doente. Há aqui uma situação em que estão envolvidos os profissionais médicos, pelos vistos, em que estarão a passar documentos de doença que não correspondem à verdade”.