O Ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, reagiu ao comunicado emitido esta quarta-feira pela associação ambiental ZERO, onde era pedida uma reunião entre Espanha e Portugal, sobre a “situação crítica” que se verifica no rio Tejo. De acordo com o ministro, tal não é necessário.
“Temos, de facto, um problema com a qualidade da água que já dissemos que é [um problema] e, por isso, não vale a pena reclamar nenhuma reunião. Nós temos estado em conversação contínua com os nossos colegas espanhóis, sendo que, de facto, a albufeira de Cedillo [Espanha], neste momento, está parcialmente eutrofizada e tem água com muito má qualidade e isso é, obviamente, uma preocupação para nós e que estamos a gerir em conjunto”, explicou o ministro relativamente à proposta da reunião que tinha como objetivo encontrar uma "solução” para o agravamento da qualidade da água.
De acordo com a associação, a "situação tem vindo a agravar-se" na zona de Perais, distrito de Castelo Branco, e na albufeira de Fratel, em Portalegre,onde os registos de valores de oxigénio dissolvido na água têm estado abaixo dos limites mínimos. Em Perais, de acordo com a ZERO, os valores "refletem essencialmente a qualidade da água proveniente de Espanha".
João Matos Fernandes adianta ainda que os valores de ontem “já eram mais positivos do que nos dias anteriores”. Além disso, o ministro garante ainda que “está tudo montado para uma ação de emergência, se ela for necessária, acreditando que agora, com o abaixamento da temperatura e iminência de chuva, ela não venha a ser necessária”.
“Temos conversado amiúde com os nossos colegas espanhóis no sentido de não haver só as bombagens comuns da barragem, porque a turbinagem é feita a partir de um descarregador fundo e no fundo de uma albufeira há muito menos oxigénio do que à superfície, mas para que possa haver algumas descargas superficiais”, declarou o ministro.