“É impossível combater a corrupção quando a carreira de investigação criminal não é corrigida há 20 anos e há cinco anos que não entram pessoas novas”, denunciou esta segunda-feira, Ricardo Valadas, presidente da Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal, em comunicado.
O responsável disse ainda que o atraso na aprovação das revisões à lei “está a hipotecar o futuro da investigação criminal em Portugal” e que já se esgotou o “tempo de espera pelas tão necessárias revisões à lei orgânica da PJ e ao respetivo estatuto profissional, além do urgente reposicionamento das carreiras”.
Ricardo Valadas considerou que esta é a “carreira mais esquecida e prejudicada da Administração Pública”, lembrando que já há 20 anos que tentam manter um “diálogo íntegro, marcado pela mais profunda lealdade negocial” com o governo. “Agora, após um longo período negocial de dois anos com este governo, não vamos aceitar atualizações estéreis à lei orgânica da PJ e ao regime estatutário”, acrescentou o responsável.
Segundo a nota, é imperativo que as revisões à lei incluam dois pontos essenciais: “a adaptação da Polícia Judiciária aos novos fenómenos criminais e uma alteração profunda das carreiras, que valorize a atividade do profissional da investigação criminal e defina as condições de progressão na carreira”.