O turismo em perda?

Não é  preciso ser especialista em turismo para perceber que, neste Verão, algo está diferente no nosso país no que diz respeito ao número de turistas, ao seu perfil, aos seus comportamentos e hábitos. 

Não são indispensáveis os indicadores, os números e os elementos económicos e sociais disponíveis para perceber que o chamado setor do turismo está em perda, está com sinais que confirmam que a galinha dos ovos de oiro da economia portuguesa nos últimos anos poderá vir a inverter a sua tendência de crescimento e de aceleração de diversos efeitos multiplicadores, económicos e sociais.

Quem está mais atento e conhece com algum rigor alguns territórios e alguns destinos turísticos, percebeu nas últimas semanas que o fulgor turístico nacional começa a esvair-se. 

Que causas contribuíram para que tal esteja a acontecer? Várias. Umas mais percecionadas do que outras. Meses de junho e julho sem Verão (sobretudo o mês de julho mais frio das últimas décadas)? Campeonato do mundo de futebol na Rússia, com a antecipação de gastos turísticos de dezenas de milhares de cidadãos oriundos de países emissores de turistas para Portugal? Preços exagerados na nossa cadeia turística – nos hotéis, nos restaurantes, nas praias, na mão-de-obra diversa e com comportamentos infelizmente condenáveis (exemplos não faltam)? Perda de qualidade de serviço na nossa restauração no Verão? Ou o regresso à normalidade de destinos turísticos concorrentes com Portugal, como os países da bacia do Mediterrâneo, do lado oriental e ocidental, e em particular do norte de África? Ou, ainda, oferta mais em conta para outros destinos não só no Mediterrâneo como na América Latina – Cuba, México e outros. 

Tudo isto contribui – e muito – para o arrefecimento da atratividade turística do nosso país. 

Sem entrar em alarmismos e pessimismos, importa ter os pés bem assentes no chão e, aí sim, ouvir os especialistas do setor e fazer as mudanças e os aperfeiçoamentos que se impõem para que o turismo continue a ser para Portugal um esteio importante da economia. 

E justiça seja feita a pessoas como Atílio Forte, que é um dos portugueses que melhor conhecem o setor e melhores propostas têm sobre uma verdadeira política pública de turismo para Portugal. Sobretudo para que Portugal tenha uma política sólida, consistente, baseada em vetores-chave do turismo na sua relação com outros setores da vida económica, como é o caso da aviação. 

Desejamos todos, estou certo, que o turismo em Portugal seja um pilar da nossa economia, fonte criadora de mais e melhor emprego e mais e melhores receitas fiscais, e também fonte de reanimação do nosso tecido urbanístico e promotor da preservação do ambiente e da qualidade de vida.

Mas não podemos estar muitas vezes – e o Algarve este ano tem infelizmente muito disso – à mercê de preços altíssimos, alguma mão-de-obra a boicotar setores tradicionais, condicionando vários dos seus operadores turísticos. 

Para quem tem muitos anos de Algarve, 2018 foi pródigo em maus exemplos, das coisas mais simples às mais complexas. Apesar do esforço das autarquias locais e das várias entidades turísticas, há pequenas coisas que não podem acontecer. A bem da galinha dos ovos de oiro da economia portuguesa, é imperioso que, após este Verão, se façam as melhorias que se impõem.

 

Conveniente: Investigação científica portuguesa aplicada às ciências do mar

Não é muito do conhecimento geral dos portugueses, mas faz-se em Portugal há algum tempo investigação científica aplicada ao mar e ao oceano, em conjunto com investigadores estrangeiros e altos comandos da NATO. O objetivo é colocar drones subaquáticos a decidirem ‘sozinhos’, e também pôr em rede as conexões com drones aéreos e de superfície. Um dos centros de investigação que mais trabalho têm feito nestas matérias é o Laboratório de Sistemas e Tecnologias Subaquáticas da Faculdade de Engenharia do Porto.

Inconveniente: As tatuagens no futebol

Não é simples vontade de ir contra uma moda no futebol, no desporto e na vida de muita gente. É levar a sério a chamada de atenção de alguns médicos, nos últimos anos. Como é o caso de Ingo Frobose da Universidade de Desporto de Colónia, Alemanha. As tatuagens são nocivas para os jogadores de futebol, sobretudo para o seu desempenho desportivo e também para a sua saúde. Afetam a capacidade de recuperação dos jogadores, têm importantes efeitos nefastos no sistema linfático e fazem mal à pele, que é o maior órgão.