O fanatismo pela ideologia do género tornou-se numa praga à escala global, tornando as pessoas que professam esta nova religião irracionais e insuportáveis.
Quando algo corre mal ou simplesmente discordamos das ideias de alguém, a receita é simples: acusamos os outros de perseguição sexual e acrescenta-se umas pitadas de racismo, xenofobia e homofobia.
Serve para tudo e dá sempre resultado!
Esta doença mental espalhou-se por todos os ramos da actividade, atingindo já o desporto, em particular o de alta competição.
No passado fim-de-semana foi-nos oferecido este espectáculo de degradação moral quando, no final do Open de ténis dos EUA, Serena Williams, para se desculpar da má prestação em campo, acusou o árbitro de a perseguir por ser mulher.
As normas que regulam qualquer modalidade desportiva são gerais e abstractas, aplicando-se de igual modo independentemente do sexo de quem as viola.
E foi o que aconteceu em Nova Iorque, quando o treinador de Serena lhe deu instruções técnicas explícitas, resultando, dessa sua atitude irreflectida, que a sua pupila fosse de imediato punida com uma advertência, conforme estipula o regulamento vigente.
Serena, fora de si, dirigiu-se ao árbitro, o português Carlos Ramos e um dos mais conceituados do mundo, que tem no seu palmarés a arbitragem de vários finais de torneios do Grand Slam, exigindo-lhe um pedido de desculpas, com o argumento de ter uma filha e nunca ter feito batota na vida.
Não contente ainda lhe disparou a muito pouco original, mas sempre hilariante ameaça, de que “nunca mais vais arbitrar uma final”!
Ramos foi condescendente com o comportamento impróprio da atleta, permitindo que o jogo continuasse.
Felizmente existem imagens televisivas e estas não deixam margem para dúvidas, mostrando claramente Patrick Mouratoglou a instruir a sua atleta para esta subir no court. Mais tarde ele próprio reconheceu, em declarações à imprensa, a sua postura à margem das regras.
Serena, que já tinha sido copiosamente derrotada no primeiro set e caminhava para a derrota no segundo e, consequentemente, na partida, entendeu por bem atribuir à sua raqueta a responsabilidade pelo mau jogo que estava a praticar, destruindo-a em pleno court.
Como já tinha recebido uma advertência, que no ténis corresponde a cartão amarelo, ao juiz da partida não lhe restou outra alternativa que não a de penalizar a jogadora com a perda de um ponto.
Instalou-se a peixada: Serena desatou num pranto e, qual menina mimada e mal-educada, como a quem lhe foi retirado um brinquedo por se ter portado mal, desatou aos berros com Carlos Ramos, adjectivando-o de ladrão e mentiroso.
Em qualquer outro desporto a criatura teria sido imediatamente expulsa, mas Carlos Ramos limitou-se a castigá-la com a exclusão de um jogo.
Serena mudou então de estratégia, exigindo a presença do responsável do torneio e gritando-lhe de maneira que fosse ouvida pela multidão que a idolatra, que logo se rendeu à sua diva e lhe prestou a adequada vassalagem, procurou convencê-lo de que estava a ser vítima de uma perseguição por ser mulher.
Mais tarde, na conferência de imprensa da praxe e já depois de ter destruído o balneário num acesso de fúria, reafirmou que as penalizações que lhe foram impostas pelo árbitro se deveram exclusivamente à natureza do seu sexo.
Como não podia deixar de ser, parte considerável da sociedade norte-americana, profundamente estupidificada e endeusada com a teoria da cabala da descriminação do género, colocou-se do lado da sua emproada estrela, apontando o dedo ao juiz português por este, alegadamente, ter usurpado das suas competências e de não ter tido a sensibilidade para dialogar com a menina, antes de a punir, atendendo à frágil condição psicológica em que ela se encontrava.
Note-se que estamos a falar de atletas de alta competição, pagos a peso de ouro e cujo comportamento deve servir de exemplo aos mais novos que pretendem seguir as suas pisadas, pelo que deles se exige cabeça fria e uma atitude de respeito, de justiça e de cordialidade para todos quantos estão envolvidos na modalidade desportiva que abraçaram.
A inqualificável atitude daquela que é considerada a melhor jogadora de ténis de todos os tempos teve repercussões dolorosas na sua adversária, uma jovem de 20 anos, que pela primeira vez disputava uma final de uma grande competição e que a venceu com todo o mérito e sem necessitar de ajudas externas ao duelo que protagonizaram, deixando-a num choro dificilmente contido no final da partida.
Naomi Osaka, o nome desta extraordinária tenista nipónica e que provou uma maturidade irrepreensível, exactamente o contrário que a sua oponente, 17 anos mais velha, demonstrou não possuir, não chorou apenas de alegria por ter conquistado o seu primeiro título num Grand Slam, mas também, e sobretudo, de frustração por a sua vitória ter sido ofuscada pela birra daquela que foi sempre a sua ídolo.
Nos dias subsequentes a esta final feminina não se enalteceu o feito notável da vencedora, aliás mal se falou disso, mas apenas o nome de Serena veio à ribalta, com uma campanha bem orquestrada, à qual se juntaram presumidos comentadores desportivos e antigos e actuais jogadores da modalidade, que se esforçaram em branquear o deplorável comportamento da estrela agora cadente, insistindo-se na intentona de cariz sexual que teve como principal instigador o árbitro português.
Como seria de esperar acabou por vir à baila a descriminação racial, algo de que a própria Serena não se lembrou de invocar no calor do momento, talvez pela circunstância da sua adversária ser asiática. Imagine-se se do outro lado do court estivesse uma branca!
Confesso que gostava de ver jogar a Serena Williams e apreciava, sobretudo, a sua raça, força e determinação em campo.
Mas daqui para a frente, sempre que ela jogar estarei a torcer para que perca. Não por ser mulher e negra, mas sim por ser mimada e mal-educada!
Pedro Ochôa