O computador já decidiu. É Ivo Rosa o juiz de instrução da Operação Marquês, o processo que tem José Sócrates como principal arguido.
O sorteio eletrónico do juiz para a fase de instrução – fase facultativa em que se decidirá se os acusados vão ou não ser julgados – começou às 16h12 e demorou pouco mais de 5 minutos. Houve um problema técnico durante o processo o que se pode justificar com a dimensão do processo, que atrasou a decisão.
À porta da secretaria do 4.º andar onde tudo se decidiu, estiveram muitos jornalistas, e de advogados apenas a de Henrique Granadeiro.
O processo que ficou conhecido como Operação Marquês veio nos últimos dias das instalações do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), na Rua Gomes Freire, em Lisboa, para o outro lado da rua, para as antigas instalações da Polícia Judiciária, onde se encontra o Tribunal Central de Instrução Criminal.
O caso foi sorteado entre os dois magistrados que fazem parte deste tribunal: Ivo Rosa e Carlos Alexandre, o juiz que teve este processo em mãos desde o início e que vários arguidos tentaram afastar.
De todos os arguidos da Operação Marquês, apenas Ricardo Salgado não pediu a abertura de instrução, seguindo assim diretamente para julgamento.
Os restantes arguidos esperavam até agora saber qual o juiz que ficaria à frente desta nova fase. José Sócrates voltou a pedir, no requerimento de abertura de instrução, o afastamento do juiz Carlos Alexandre, invocando, tal como Armando Vara, que houve violação do princípio do juiz natural.
Em causa está o facto de em 2014 ainda na fase de investigação, segundo os arguidos, o processo não ter sido redistribuído eletronicamente a este juiz quando passou a haver a obrigatoriedade de um sorteio eletrónico.