Portugal é dos países que menos investe na cibersegurança, de acordo com um estudo publicado no site do Gabinete de Estratégia e Estudos, do Ministério da Economia. Em comparação aos outros membros da União Europeia, Portugal é o 3º país que mais sofre de cibercrimes.
O país ocupa ainda o terceiro lugar nos países da UE que correm maior risco de sofrer um ciberataque – “EU Country most at risk of Cybercrime”.
No relatório pode ler-se que as áreas mais críticas em Portugal, relativamente à cibersegurança, são: “formação, normas para profissionais, estratégia ao nível das organizações, definição de métricas, órgãos de definição de padrões, boas práticas, programas de I&D na área, acordos bilaterais, acordos multilaterais e parcerias público-privadas”.
É referido, no estudo, a situação das empresas portuguesas: “Da parte das empresas ainda parece não se verificar uma aposta forte na cibersegurança”, sendo que “muitas empresas ainda optam pela internalização desta função, por não considerarem uma área prioritária, o que poderá ser explicado pelo facto de o tecido empresarial ser constituído na sua grande maioria por PME [Pequenas e Médias Empresas], com menos capacidade financeira para fazer face às necessidades de uma política de cibersegurança eficaz”, escreve o autor da investigação, Gabriel Osório de Barros.
O autor acrescenta ainda que “é importante que as políticas públicas possam dar os estímulos adequados para que as empresas invistam nesta área”.
Gabriel Osório de Barros fala da “importância de os Governos publicarem ou obrigarem as instituições a publicar informação relativa a ciberataques com base em critérios objetivos”, sendo que o defende “a adoção de legislação (…) embora, em geral, [esta] demore a produzir efeitos – os processos legislativos tendem a ser mais lentos que a evolução tecnológica”.