A três semanas da segunda volta das eleições presidenciais brasileiras, a 28 de outubro, o candidato do Partido dos Trabalhadores, Fernando Haddad, decidiu alterar drasticamente a imagem da sua campanha. Agora, o antigo chefe de Estado Lula da Silva está ausente de todso os materiais de propaganda.
As fotografias e design onde antes figurava Lula deixaram são agora omissas em referências ao antigo presidente. A campanha do PT também mudou de cores, deixando cair o vermelho para adotar o amarelo e verde, as cores da bandeira brasileira, como cores principais. A própria bandeira da campanha também passou a ser azul e branca. Apenas o 13, número do candidato do PT, se mantém vermelho.
Com o impedimento de Lula se candidatar ao Palácio do Planalto, Haddad avançou como seu substituto e, durante toda a campanha, afirmou-se como o candidato de Lula. "Haddad é Lula" foi um dos slogans da campanha. No entanto, e o resultado da primeira volta parecem tê-lo demonstrado, a colagem a Lula impediu a candidatura de alcançar os votos do eleitorado que não vê com bons olhos os anos de governação do PT e os casos de corrupção a si associados.
(A imagem de campanha publicada antes das eleições de domingo)
Nas semanas de campanha para a primeira volta, o eleitorado dividiu-se em dois campos antagónicos: os anti-Partido dos Trabalhadores e os que rejeitam o fascismo do candidato de extrema-direita, Jair Bolsonaro. Com a vitória de Bolsonaro na primeira volta com 46,3% e a manutenção do segundo lugar por Haddad, como as sondagens previam, com 29,28% dos votos, a campanha do PT viu-se confrontada com um debate estratégico para a segunda volta: manter-se colada a Lula ou afastar-se? Com os novos materiais de campanha a decisão parece ter sido tomada em prol da segunda opção.
Com esta nova imagem de campanha, Haddad tenta alcançar o eleitorado que rejeitou o PT na primeira volta. No entanto, a mais recente sondagem da Datafolha aponta Bolsonaro como vencedor com 58% dos votos, enquanto Haddad se fica pelos 42%. A sondagem tem uma margem de erro de 2%, segundo a Datafolha.
Uma outra sondagem, desta vez da Idea Big Data, em parceria com a revista "Veja", também atribui a vitória a Bolsonaro, com 54% dos votos. A Haddad são atribuídos 46% dos votos. Também tem uma margem de erro de 2%.