Há, em todo o mundo, cerca de 821 milhões de pessoas a passar fome, revela o Índice Global da Fome 2018, divulgado hoje.
Apesar de todos os progressos feitos até hoje, caso não sejam feitos ainda mais esforços, mais ou menos cinquenta países poderão não erradicar a fome até ao ano de 2030.
O relatório indica que o flagelo da fome caiu 28% a nível global desde o início do século e a mortalidade infantil, de crianças com menos de cinco anos, diminuiu para metade exatamente no mesmo período.
O relatório – elaborado anualmente pela organização não-governamental (ONG) alemã Welthungerhilfe e a irlandesa Concern Worldlife, assim como pelo Instituto Internacional de Investigação sobre Políticas Alimentares (IFPRI), dos Estados Unidos – alerta que há ainda níveis muito graves de fome no mundo. Mais especificamente, 45 dos 117 países incluídos no índice têm níveis “graves” de fome e outros seis – Chade, Haiti, Madagáscar, Serra Leoa, Iémen e Zâmbia – têm níveis "muito graves".
Além disso, o documento refere ainda que a situação na República Centro-Africana é "alarmante". Já em outros sete países do mundo – Burundi, República Democrática do Congo, Eritreia, Líbia, Somália, Sudão do Sul e na Síria -, a situação da fome e da desnutrição é "preocupante".
"Os confrontos bélicos, os conflitos e as consequências das alterações climáticas geram fuga, deslocados e fome. Precisamos de soluções políticas duradouras para os conflitos no mundo para alcançar a erradicação da fome uma vez por todas", alertou a presidente da Welthungerhilfe, Bärbel Dieckmann, sublinhando ainda que a situação é mais grave no sul da Ásia e na África subsaariana.
Ainda assim, diz o relatório, há países nessas regiões mais afetadas pela fome, como é o caso do Gabão, do Gana, das Maurícias, do Senegal, da África do Sul e do Sri Lanka, que conseguiram atingir níveis "moderados".
No entanto, mesmo nessas regiões, há países onde a fome e a desnutrição são classificadas como "graves" ou "muito graves".