Ministro da Defesa apresentou a demissão esta sexta-feira a António Costa. A investigação sobre o roubo de Tancos estará na origem do pedido de demissão.
O major Vasco Brazão, porta-voz da Polícia Judiciária Militar (PJM) disse em tribunal que o ministro Azeredo Lopes tinha sido informado de todo o processo de encobrimento do roubo de Tancos através de um memorando entregue ao chefe de gabinete do Ministério da Defesa, avançou o Expresso.
Azeredo Lopes negou “categoricamente” ter tido conhecimento da situação e o antigo chefe de gabinete do ministro confirmou ter-se reunido com Major Brazão e o coronel Luís Vieira, diretor da PJM, mas negou ser “possível descortinar qualquer facto que indiciasse qualquer irregularidade ou indicação de encobrimento de eventuais culpados do furto de Tancos".
O memorando foi entregue no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), disse Vasco Brazão: “A documentação verdadeira foi entregue hoje no início da tarde, no DCIAP, pelos serviços do meu advogado”.
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Segundo o Expresso, o documento entregue no DCIAP era explícito na explicação da operação que foi montada pela PJM em torno da recuperação das armas roubadas, incluindo a chamada anónima para o piquete da PJM.
Durante todo o processo, António Costa mostrou o seu apoio ao ministro, defendendo que Azeredo Lopes era um “ativo importante” no governo e que a sua confiança permanecia “inalterada”. No debate quinzenal desta quarta-feira, Costa reforçou que o ministro não tinha conhecimento da operação de Tancos.
A confirmar-se que Azeredo Lopes sabia da operação, o agora ministro demissionário pode vir a ser constituído arguido da Operação Húbris por coautoria dos crimes que estão a ser imputados aos militares, entre eles associação criminosa, denegação de justiça, tráfico de armas e favorecimento.