A líder da União Nacional (ex-Frente Nacional), Marine Le Pen, não vê o candidato às presidenciais no Brasil Jair Bolsonaro como sendo de extrema-direita.
Confrontada por um canal francês com o facto de Bolsonaro ter dito que preferia um filho morto a um filho homossexual ou que as mulheres merecem ganhar menos do que os homens, Le Pen disse: "Não vejo Bolsonaro como um candidato de extrema-direita. Ele diz coisas extremamente desagradáveis que são intransponíveis em França. São culturas diferentes"
Le Pen foi ainda questionada sobre quem preferia ver sair vitorioso da segunda volta das eleições no Brasil, se o do candidato do Partido Social Liberal, Jair Bolsonaro, ou Fernando Haddad, do Partido dos Trabalhadores. Mas a líder da extrema-direita não deu uma resposta concreta, dizendo que essa decisão cabe apenas aos brasileiros.
Por outro lado, a política francesa considera que Bolsonaro centrou a sua campanha na luta contra a corrupção e a criminalidade, o que esse foco lhe trouxe apoio popular.
Para Le Pen, os resultados da primeira volta – Bolsonaro obteve 46,02% dos votos, com a preferência de 49,2 milhões de brasileiros, contra os 29,28% de Haddad – são uma reação à insegurança sentida no Brasil.
A segunda volta das presidenciais brasileiras realizar-se-á a 28 de outubro. Sublinhe-se que esta nova ida às urnas se justifica porque nenhum dos candidatos obteve um resultado acima dos 50%.