Brinquedos e acessórios de cozinha e de cabelo feitos com plástico reciclado à venda em Portugal estão contaminados com substâncias tóxicas, alertou esta quarta-feira a associação ambientalista Zero.
Uma guitarra de brincar analisada em Portugal apresentou, entre mais de 400 amostras, o valor mais alto de éteres difenílicos polibromados, substâncias usadas como retardadores de chamas, refere a associação através de em comunicado.
A Zero participou num estudo, que abrangeu 18 países europeus. Em 430 artigos analisados, cerca de um quarto continha químicos perigosos, indica a associação, pedindo o fim do duplo critério da União Europeia que "permite que os plásticos reciclados possam conter concentrações mais elevadas de substâncias tóxicas do que os materiais virgens".
A associação portuguesa enviou para análise dois brinquedos e três acessórios de cabelo e todas as amostras tinham químicos tóxicos. Estes produtos são usados como retardadores de chamas associados aos resíduos eletrónicos, que "estão a chegar ao mercado português em produtos de consumo que incorporam material reciclado", alertou a Zero.
De acordo com o comunicado, estes retardadores de chamas afetam a função da tiroide e "causam problemas neurológicos e défice de atenção em crianças".
"Estão a contaminar produtos de consumo um pouco por toda a Europa através da reciclagem dos plásticos neles usados", refere ainda a associação.
Para a Zero "é urgente que a UE legisle no sentido de proteger os cidadãos e promover uma economia circular não-tóxica".