Esta semana tive a sorte de assistir em Madrid ao World Business Forum.
Digo sorte porque indenpendentemente da maior ou menor capacidade, notoriedade ou popularidade dos oradores, é sempre enriquecedor sair da rotina e ouvir quem nos ensine e inspire.
Neste evento muito virado para a gestão, o top management, o comportamento humano e para o impacto de toda a tecnologia na nossa vida, o grande objetivo é entendermos como podemos melhorar a nossa performance e consequentemente as das nossas equipas.
E não é por acaso que há um enorme foco em liderança.
Ser um bom líder, até mesmo carismático, é o grande objetivo de alguém que tem a seu cargo uma equipa. E às vezes o líder aparece quando menos se espera e não é necessariamente aquele que o tem descrito no seu job title.
Porque saber liderar é uma arte.
É a arte da persuasão, da motivação, da coordenação, da harmonia, da concentração, do foco e dos resultados. É a arte de envolver na altura certa e ensinar no momento propício. É a arte de equilibrar emoção e razão, tirando o melhor partido das características de cada um.
Mas nem todos têm esta arte. Se há pessoas que são líderes por natureza e que tudo fazem com graça, carisma e sucesso; outros têm que aprender, escutar, empenhar-se.
E há vários géneros de liderança e várias áreas da nossa vida onde a podemos exercer. Podemos ser líderes no trabalho, em casa , com os amigos ou somente em família. Podemos gostar mais ou menos de o fazer, mas temos consciência da sua importância no equilíbrio das nossas vidas.
Quando eu penso no que quero ser enquanto líder de uma equipa e no que quero construir – e falo profissionalmente, porque pessoalmente sabemos bem como as mães lideram – há uma frase anglo-saxónica que ouvi muitas vezes da minha mãe que considero o (um dos) meu mantra: ‘Lead By Example’.
Quero que olhem para mim e percebam que não estou distante e que olhem para o que eu digo e acima de tudo para o que eu faço e me queiram seguir. Não porque sou a ‘chefe fixe e espetacular’ mas porque todos os dias procuro ser um bocadinho mais e melhor do que no dia anterior.
É neste ‘Lead by Example’ que quero que sintam que vão aprendendo, vão crescendo e vão construindo mais em conjunto.
É neste momento que todo este meu discurso soa já a uma seita encomendada e a um desejo quase egocêntrico de me tornar a guru de todo uma equipa. Isso seria seguramente divertido, mas o que me inspira mais quando penso em liderança é a descoberta de um rumo, de uma ideia.
E se os convencer a seguirem-me, qual seleção nacional segue cegamente Fernando Santos desde Paris, então posso sorrir e sentir que há uma parte da minha missão que está cumprida. Há uma parte de mim que is setting that example.
*Diretora Criativa Havas Sports & Entertainment