1.Ivanka Trump, a filha dilecta do Presidente Trump e sua conselheira na Casa Branca, tem-se revelado uma verdadeira estrela política em ascensão. Com virtudes de liderança já demonstrados na sua vida anterior enquanto empresária, com uma ambição tão grande quanto a sua tenacidade e uma inteligência (abstracta, mas simultaneamente prática e intuitiva) avassaladora, Ivanka tem granjeado encómios vários das mais diversas e pluralistas proveniências.
Desde a classe empresarial norte-americana até aos trabalhadores da “heartland”, passando por diplomatas de carreira – todos são unânimes no elogio do trabalho de Ivanka Trump no aconselhamento do Presidente dos EUA. Os democratas, por seu turno, perceberam o potencial político de Ivanka – logo, já a converteram num dos principais alvos da sua (ilimitada e deveras irritante) fúria.
2.Como já escrevemos no “i”, Ivanka consubstancia a beleza do sonho americano: conquanto tenha nascido em berço bilionário e beneficiado da força do nome e marca “Trump”, a filha do Presidente dos EUA não se perdeu em exibições pueris da sua riqueza, nem em espúrias loucuras mediáticas; pelo contrário, estudou numa universidade da Ivy League (seguindo as pisadas de seu pai), optou por aprender com a experiência de gestão e a brilhante capacidade comunicacional de Donald Trump, criando um estilo próprio e assumindo-se como uma gestora competente, eficiente e consequente.
Se não fosse o facto de Donald Trump ser hoje o Presidente dos EUA – a esquerda, por dever de ofício, tem obrigatoriamente de o odiar todos os que sejam minimamente próximos de Trump -, Ivanka seria amplamente elogiada por ser a principal responsável (juntamente com seu pai) pelo magnífico trabalho de recuperação do antigo edifício do Old Post Office em Washington, hoje convertido no Trump International Hotel.
É que os que hoje tanta repudiam e difundem escárnio e mal dizer sobre a família Trump são os mesmos que, em 2014 e 2015, aplaudiram entusiasticamente este projecto da empresa de Trump. E até aí os críticos de Trump se revelaram equivocados: na altura, Trump prometeu construir o hotel “under budget and ahead of time”, tendo sido ridicularizado porque tal seria manifestamente impossível. O que demonstrou a realidade, os factos (não os alternativos dos promotores da loucura anti-Trump)? Que a recuperação do edifício antigo do US Post Office foi realizada…”under budget and ahead of time”.
Portanto, até aí, Donald Trump – com a ajuda preciosa e inestimável de Ivanka – alcançou o que muitos julgavam impossível.
Adicionalmente, Ivanka Trump percebe que os grandes líderes de seres humanos não podem prescindir de…humanidade. De atenção às preocupações e inquietações dos trabalhadores que, antes de o serem, são pessoas, conforme a própria escreve no livro que publicou em Maio de 2017 (já em exercício de funções na Casa Branca) “Women Who Work”.
3.Dito isto, em que áreas se tem revelado com particular acuidade a influência empenhada de Ivanka Trump? Em quatro áreas essenciais, a saber:
Na afirmação dos direitos das mulheres (“girl empowerment”) e a promoção da família, com a sua luta pela licença de parentalidade remunerada, com a apologia de uma cultura empresarial que permita conciliar a vida pessoal e familiar com a profissional – e a representação destes valores (que também integram o “american dream”) no plano externo, patrocinando diversas iniciativas promovidas por aliados e organizações internacionais;
O seu compromisso com a promessa de tornar a economia americana “the Greatest Again”, trabalhando – juntamente com o próprio Presidente Trump, Steve Mnuchin, Peter Navarro e outros membros da administração – para diminuir a carga fiscal e o excesso de intervenção pública na regulação da economia. E o trabalho produziu resultados: o “Tax Cut” e o programa de “deregulation” da administração Trump conduziram ao maior crescimento económico que os americanos conheceram nas últimas (largas) décadas;
Ivanka foi a inspiração – e mais árdua promotora – do programa “Pledge for American Workers”, o compromisso com os trabalhadores norte-americanos. Trata-se de um programa que visa apoiar a requalificação dos trabalhadores com menos habilitações, ou habilitações que não respondem a necessidades efectivas das empresas, preparando-os para a nova economia – incrementando, por conseguinte, as suas oportunidades de progredir na carreira ou mesmo de regressar ao mercado de trabalho. Seguindo a lógica já advogada no programa económico que Donald Trump submeteu aos eleitores, segundo a qual o mais eficiente apoio social é um “big paycheck” no final do mês. Só uma economia competitiva (e pessoas preparadas para responder às suas exigências) poderá debelar a miséria social que é o desemprego (e a pobreza a ele associada). O compromisso com os trabalhadores americanos beneficia, fundamentalmente, os trabalhadores que foram excluídos pelo novo paradigma económico que o Presidente Barack Obama incentivou – a aposta na exportação de serviços (e não de produtos), esperando que as empresas tecnológicas alavanquem o crescimento económico. Mais concretamente, são os trabalhadores da “rust belt”, do “midwest”, das cidades que perderam o seu brilho e a esperança no sonho americano em virtude da desindustrialização maciça. Ivanka Trump, no anúncio da iniciativa “Pledge for American Workers”, fez questão de salientar que o compromisso então assumido consubstanciava apenas mais um passo, firme e seguro, da actual administração no sentido de garantir que os trabalhadores esquecidos pelos políticos profissionais não serão mais esquecidos (“ the forgotten men and women will be forgotten no longer”);
Ivanka Trump tem, enfim, representado com classe, beleza e inteligência os EUA no plano externo, participando em iniciativos globais sobre a promoção dos direitos das mulheres e liderando o projecto de luta contra o tráfico de seres humanos. Nas suas deslocações oficiais no estrangeiro, a “Primeira-Filha” tem coleccionado admiração, respeito e prestígio – dignos de uma verdadeira estadista, que usualmente prenunciam uma carreira futura (e bem sucedida) na política. Destaque-se aqui o papel activo que Ivanka desempenhou para efectivar a transferência da Embaixada dos EUA em Israel da capital fictícia de Telavive para a capital (real) que é Jerusalém – manifestação mais saliente daa dedicação que Ivanka Trump tem colocado na promoção desse acto de elementar justiça, que é o reconhecimento do papel estruturante da democracia israelita para a estabilização do Médio Oriente. Os EUA regressam, pois, à sua orientação histórica, que Obama negligentemente abandonou: Israel é o seu –nosso, de todos os democratas – principal aliado na região. Não poderá haver qualquer paz duradoura enquanto alguns dos seus vizinhos – com destaque para a Palestina, apoiada pelo Irão – persistirem em apelar à aniquilação de Israel.
4. Tudo isto dito e ponderado, há que concluir – ao invés do que virou moda em alguma imprensa norte-americana desejosa de enfraquecer a todo o custo a actual administração (vide, por exemplo, o livro recente de Emily Janet Fox, jornalista da Vanity Fair), Ivanka Trump está construindo a sua persona de gestora pública, de “Mulher de Estado”, não escondendo as suas ambições políticas a médio-longo prazo.
Ivanka é, assim, um verdadeiro exemplo do sucesso do feminismo. Do verdadeiro e genuíno femininismo – aquele que consiste na afirmação das mulheres pelo seu trabalho, pela sua persistência e inteligência, e não daquela outra forma que não passa de mero folclore político, limitando as legítimas pretensões igualitárias das mulheres a puro discurso vazio, conquanto barulhento (à boa maneira da esquerda radical).
De facto, Ivanka (tal como, à sua maneira, Assunção Cristas, em Portugal) invoca a sua condição de mulher não como um fardo, mas sim como uma bênção – algo que não deve lamentar; antes deve enaltecer.
5.Eis, portanto, a melhor homenagem que se pode prestar ao feminismo: ser feminista sem abdicar da feminilidade – afirmar a inteligência, a vontade de trabalhar, a ambição, sem, no entanto, cair no erro de mimetizar os homens.
Curiosamente, é a mesma esquerda radical que se diz feminista que insulta Ivanka invocando a sua beleza para refutar a sua inteligência: é “loura”, “tem ar de modelo”, logo, só pode ser “burra”.
Este argumento tem-se vulgarizado mesmo em alguma imprensa de referência norte-americana (ao que chegámos!) – e, mais uma vez, revela à exaustão a enorme, ilimitada e chocante hipocrisia da esquerda radical.
6. O Presidente Donald Trump, mais uma vez, está certo: Ivanka tem sido dinamite na Casa Branca – e seria certamente uma das poucas dinamites que as Nações Unidas não se importariam que explodisse (figurativamente, espalhando bom senso e atractividade, a uma organização cada vez menos atractiva e eficiente) na sua sede, em Nova Iorque…
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