O BPI registou um lucro de 529,1 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, o que representa um aumento face aos 22,6 milhões de euros registados em igual período do ano passado. Só a atividade em Portugal contribuiu com 324,4 milhões de euros (61% do total) para o resultado consolidado, em que mais de metade desta verba é suportada pelo resultado recorrente das operações em Portugal, num total de 164,2 milhões de euros. Este valor representa um crescimento de 20% face ao mesmo período de 2017. O restante valor inclui os ganhos extraordinários com as vendas da participação na Viacer (59,6 milhões de euros já registados no 1º trimestre), da BPI Gestão de Ativos e BPI GIF (61,8 milhões de euros registados no 2º trimestre) e dos negócios de acquiring/TPA (42 milhões de euros registados no 3º trimestre).
A margem financeira (os juros recebidos dos empréstimos menos os juros pagos nos depósitos) aumentou mais de 9% para 315 milhões de euros e Pablo Forero associa esta evolução ao “bom trabalho” que o banco está a realizar num contexto de juros historicamente baixos.
As comissões do banco liderado por Pablo Forero subiram 5,6% para 201,5 milhões de euros, “fruto de uma maior atividade comercial do BPI em todos os segmentos de negócio, face ao mesmo período do ano anterior: comissões bancárias (+2,8%), fundos de investimento (+13.1%) e seguros (+8,6%)”.
Também os depósitos de clientes aumentaram 1.343 milhões para 20.711 milhões de euros. Já os depósitos de investidores institucionais e financeiros registam uma descida já esperada (-44%), “que resulta de uma política ativa do BPI de redução da oferta destes produtos com o objetivo de otimização dos rácios de liquidez”. Já o crédito a clientes registou uma subida de 5,4% para 23.422 milhões de euros, com o BPI a salientar o financiamento às empresas, com este a subir 12% para 7.887 milhões de euros.
Quanto às participações financeiras do BPI, em Angola, o BFA gerou um contributo positivo de 193,7 milhões (-58 milhões de euros face ao período homólogo). Em Moçambique, o BCI contribuiu com 10,8 milhões (6,7 milhões de euros no mesmo período de 2017).
O custo da estrutura da instituição fixou-se em 337,9 milhões de euros até setembro, face aos 438,3 milhões registados no período homólogo, uma descida justificada sobretudo pela redução dos custos com pessoal.
A rubrica de imparidades e provisões também ajudaram as contas: o banco conseguiu reverter 10 milhões de euros em imparidades e recuperou ainda 18 milhões, num total de 28 milhões de euros.
Malparado à venda
A instituição financeira de Pablo Forero vai alienar uma carteira de crédito malparado na ordem dos 200 milhões de euros, juntando-se assim a outras bancos.
De acordo com o banqueiro, “o processo começa agora”, revelou em conferência de imprensa, acrescentando ainda que o negócio será fechado assim que “estivermos satisfeitos com a oferta e os preços”.
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