O vice-primeiro-ministro italiano, Matteo Salvini, disse esta quarta-feira que o governo de Roma não vai mudar o Orçamento do Estado para 2019, mesmo que Bruxelas envie “12 cartas”.
Na última terça-feira, a Comissão Europeia rejeitou o Orçamento do Estado italiano, numa decisão considerada inédita, e pediu para que Roma apresentasse um novo documento nas próximas três semanas.
"De Bruxelas até podem mandar 12 cartas, os orçamentos não vão mudar", disse Salvini, em declarações à estação de rádio RTL.
"Estamos aqui para melhorar a vida dos italianos, a mim parece-me um ataque com preconceitos (…) É um ataque à economia italiana porque alguém quer comprar as nossas ações a baixo custo”, afirmou o líder da extrema-direita, acrescentando ainda que “todos os orçamentos que passaram por Bruxelas nos últimos anos aumentaram a dívida italiana em 300.000 milhões de euros".
Na mesma entrevista, Salvini defendeu ainda que o governo italiano tem como estratégia aumentar os gastos no setor público para promover o crescimento.
Em causa, estão os números incluídos na proposta para o défice orçamental, com impacto na dívida pública. Bruxelas pretende que o défice diminua de forma gradual dos 1,8% deste ano, enquanto Roma pretende aumentá-lo para 2,4%.