Marcelo Rebelo de Sousa enaltece Israel: ser realista lá é acreditar em milagres

Pensando bem, há uma coerência assinalável no comportamento do grupo de amigos comunistas-bloquistas que arranjou o nome de “movimento pelos direitos dos palestinianos”: a sua Presidente é a talentosa actriz, Maria do Céu Guerra (a memorável “Seição” da Residencial Tejo, onde protagonizou a cena mais notável da história da televisão portuguesa de interacção entre uma…

1.Esteve em Portugal, no início da presente semana, o Ministro da Ciência de Israel, Ofir Akunis, para estreitar as relações entre os nossos dois países no domínio da Ciência. Dos encontros bilaterais com o congénere português, o Ministro Manuel Heitor, e a Ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, resultou um acordo de cooperação no domínio da segurança marítima.

Trata-se de matéria na qual as Universidades e Centros de Investigação pátrios têm registado progressos científicos assinaláveis, sendo uma prioridade absoluta para um Estado que tem o mar por vocação, como é o nosso – e que foi uma prioridade absoluta, igualmente, para a afirmação do Estado democrático, liberal e de direitos humanos de Israel.

Summo rigore”, foi e é: o aproveitamento eficiente dos recursos hídricos e a segurança marítima são cruciais numa óptica já não limitada a propósitos de consolidação do Estado, mas antes alargada a uma visão de progresso económico e social, sob a liderança firme e visionária do Primeiro-Ministro Netanyahu.

É, pois, uma medida salutar que irá unir (ainda mais) os dois Estados aliados – cuja aliança não é objecto de discussão, estando muito para além das querelas político-partidárias – e  criará novas oportunidades para os cientistas portugueses e israelitas, unindo esforços numa prioridade geopolítica que partilhamos. O progresso da ciência muito beneficiará com este louvável acordo de cooperação.

Não se trata, como o(a) caríssimo(a) leitor(a) facilmente constata, de uma iniciativa política, é totalmente desprovida de ideologia e qualquer pessoa (de boa fé, no exercício do seu bom senso e mediana lucidez) facilmente elogiará, compreendendo o seu alcance estratégico. Será assim?

2. Assim seria, caso em Portugal, o discurso político e mediático (porventura, temos a comunicação social mais desonesta da Europa, salvo honrosas excepções que ainda vão salvando a credibilidade que resta ao jornalismo nacional) não estivesse sequestrado pela esquerda radical.

Todavia, António Costa – com a sua sede inesgotável de poder – deu azo a que grupúsculos de extrema-esquerda obtivessem a legitimação que tanto procuravam; e que ninguém lhes outorgava.

A verdade é que a infiltração destes grupos na administração pública e nos órgãos do Estado, em geral, poderá revelar-se um perigo real para a democracia portuguesa a breve trecho. Ora, mais uma vez, o grupo de amigos comunistas e bloquistas que dá pelo nome catita de “Movimento pelos direitos do povo palestiniano e pela paz no Médio Oriente” resolveu atacar o acordo de cooperação celebrado esta semana entre Portugal e Israel com base no argumento de que…Israel não respeita os recursos hídricos que pertencem ao povo palestiniano!

Bem, é verdade que não podemos acusar o clube de amigos comunistas e bloquistas de falta de criatividade – é obra conseguirem “descortinar” (um termo muito em voga hoje em dia na esquerda portuguesa) um acto de hostilidade, de ódio contrário à Carta das Nações Unidas e à Constituição da República Portuguesa…num acordo de cooperação no domínio da ciência celebrado com um dos nossos aliados!

3.Não vale a pena perdermos tempo a rebater, ponto por ponto, a argumentação expendida pelo grupo de amigos comunistas-bloquistas, que os socialistas acarinham porque (hoje) lhes convém: é tão irracional, tão ridícula que se refuta a ela própria.

Não vale a pena ridicularizar o ódio, o fanatismo e o facciosismo do grupo de amigos, conhecido para dar um ar de intelectualidade como “movimento pelos direitos do povo palestiniano”, pela simples razão de que os seus membros (e quem escreve os comunicados) já trataram de se auto-ridicularizar. Estamos, portanto, dispensados de tal tarefa patriótica e da mais básica honestidade intelectual…

Os portugueses cada vez têm menos pachorra para a radicalidade da esquerda, que se diverte a prejudicar Portugal, quer internamente, quer no plano externo (das relações internacionais).

Por que razão a esquerda radical, que António Costa alimenta para os ter na mão, não perde uma oportunidade para atacar Israel (e já agora, os EUA)?

Fácil: para dar seriedade à sua encenação de que mantém autonomia face ao PS.

Para se distanciarem do Governo (que eles dizem ser do PS apenas) que só se encontra em funções…devido ao apoio desta esquerda folclórica, a qual diz que nada tem que ver com esse mesmo Governo! Confuso? Caótico? Patético? Sem dúvida – é o estado a que Portugal chegou devido ao “habilidoso” António Costa e à sua ilimitada ambição pelo poder.

4.O grupo de amigos que se reúne para conviver e passar um tempo agradável sob o pretexto de “defenderem os direitos do povo palestiniano” nem deve saber que tipo de regime domina na Palestina, qual a estrutura política palestiniano, o seu Direito ou a respectiva estratégia política.

Porventura, nem devem saber localizar a Palestina no mapa, nem tão pouco explicar a preponderância de organizações terroristas como o Hezbollah na realidade política palestiniana.

Talvez por negligência (vamos acreditar que não há dolo!) ignorem que a Palestina, nas últimas semanas, tem lançado violentos ataques contra Israel, a partir da Faixa de Gaza. Que prossegue a sua política de construção de túneis para invadir Israel e dizimar a sua população – não se importando de proclamar abertamente tal intenção.  

Ou, porventura – é a explicação mais plausível, infelizmente – a esquerda radical considere plenamente justificado o homicídio de cidadãos israelitas. Não será de estranhar: afinal, a esquerda gosta muito da dignidade humana…desde que os “humanos” credores dessa “dignidade” partilham do seu radicalismo. Os restantes são seres “inferiores” que merecem o “extermínio” ou o linchamento por verdadeiros “pelotões de fuzilamento” públicos, nem que visem somente a integridade moral e pessoal dos “dissidentes”.

Pensando bem, há uma coerência assinalável no comportamento do grupo de amigos comunistas-bloquistas que arranjou o nome de “movimento pelos direitos dos palestinianos”: a sua Presidente é a talentosa actriz, Maria do Céu Guerra (a memorável “Seição” da Residencial Tejo, onde protagonizou a cena mais notável da história da televisão portuguesa de interacção entre uma pessoa e uma galinha de plástico…).

O que significa que este grupo tem a Presidente mais adequada para a encenação, para o verdadeiro teatro que montaram, berrando contra tudo o que tem a mínima referência a Israel – pena é que uma actriz tão querida como Maria do Céu Guerra se submeta a um papel destes.

Que tenha aceitado (no teatro da vida, que é, afinal, o mais relevante) ser a vilã – a pessoa que lidera um “movimento” (vá, chamemos-lhe assim…) de quinze pessoas (máximo) que destila puro ódio contra um povo, à boa maneira de Joseph Goebbels ou do KKK. É assim que a esquerda mostra a sua verdadeira natureza radical e hipócrita!

5.Meus caros, querem falar de paz? Seriamente? Então, nós mesmos comprometemo-nos a oferecer-vos exemplares do livro (já disponível nas livrarias nacionais) de memórias de Shimon Peres, intitulado “Não há Sonhos Impossíveis” (Matéria-Prima edições).

De um homem, de um líder genuinamente comprometido com a paz no Médio Oriente. Com o diálogo, a cooperação entre Israel e os seus vizinhos, incluindo naturalmente a Palestina.

 De um homem que realmente deu passos no sentido da aproximação, não da divisão; que preferiu a singeleza dos pequenos gestos reais de amizade do que as proclamações de grandeza das ideologias fantasiosas que só lançam a destruição e a morte; que sempre acarinhou a música que une, porque não é possível odiar pela criação musical – às manifestações pífias, barulhentas conquanto inconsequentes, que destilam puro ódio. 

6.A edição portuguesa do livro conta até com prefácio da autoria de Marcelo Rebelo de Sousa, o Presidente da República que veio da direita para se converter no ícone da esquerda portuguesa – no seu texto, Marcelo deixa transparecer que a ideia fundamental a reter é a de que qualquer processo de paz no Médio Oriente terá de incluir a existência, em plena segurança, do Estado de Israel, sonho maior de Shimon Peres.

E daqui Marcelo distancia-se, ele próprio, destes “movimentos” como o presidido por Maria do Céu Guerra que apenas são movidos pelo mais radical sentimento anti-Israel (anti-semita?).

Atentemos nas suas palavras: “ Acredito na luta de Shimon Peres. Acredito que a Paz se faz com vontade fazer e não de desfazer, com diálogo e não com arrogância”.

Pois bem, a arrogância está do lado da esquerda radical, os quais conseguem até ver na promoção da segurança marítima um atentado contra a Palestina e uma violação dos direitos humanos. O diálogo é impossível com radicais, com pessoas movidas pelo ódio mais primário.

A esquerda promove, pois, a divisão, o conflito entre Estados, explorando, para fins político-partidários, a guerra, o caos: estes grupos alimentam-se do ódio. Marcelo sabe-o bem, daí não hesitar em tomar partido pelos não arrogantes, pelos democratas, pelos defensores do Estado de Direito.

Daí, enfim, acolher a causa de Shimon Peres, que o mesmo é dizer, a causa da existência (segura e próspera) de Israel. Na certeza de que, perante tanto ódio espalhado por movimentos fanáticos e Estados vizinhos que alimentam o terrorismo, a esperança reside nessa frase, brilhante e inspiradora, do “Pai dos pais fundadores” de Israel, tão citada por Shimon Peres: “Em Israel, ser-se realista significa  acreditar em milagres”.

7.Que o milagre persista para sempre, mesmo apesar da realidade. Porque, afinal de contas, o milagre da paz não pode sucumbir perante uma esquerda que é tolerante para com os intolerantes – e intolerante para com os tolerantes.

Por nossa parte, preferimos sempre a tolerância e a democracia. Portanto, mesmo para o BE, para o PCP e o seu apêndice do “Movimento pelos direitos da palestina”, evocamos aqui o refrão de uma das canções predilectas de Shimon Peres, “ Shir L’ Shalom”: “Mutav Tashiru Shir lashalom/ Bitze ‘aka gdola”.

joaolemosesteves@gmail.com