A humanidade eliminou 60% dos mamíferos, pássaros, peixes e répteis do planeta desde 1970, é esta a estimativa do relatório produzido para a organização não-governamental ‘World Wild Fund for Nature’ (WWF), cuja investigação envolveu 59 cientistas de todo o mundo.
O consumo crescente de alimentos e recursos para a população está a aniquilar a vida selvagem, o que, ao mesmo tempo, é também uma ameaça à civilização, uma vez que dependemos da mesma para sobreviver.
“Estamos acordados, mas inconscientes (sonâmbulos), à beira de um precipício”, afirmou Mike barret, diretor executivo de ciência e conservação da WWF, citado pelo The Guardian.
“Se houvesse um declínio de 60% na população humana, isso equivaleria a esvaziar a América do Norte, a América do Sul, a África, a Europa, a China e a Oceânia. Essa é a escala do que fizemos ”, comparou, acrescentando ainda que tudo isto “é muito mais do que perder maravilhas da natureza”, a população está a colocar em risco o seu “sistema de suporte à vida”.
De acordo com o professor Johan Rockstrom, um perito em sustentabilidade no Instituto de Pesquisa para o Impacto Climático, só conseguiremos “salvaguardar um planeta estável para o futuro da humanidade” se tratarmos os ecossistemas e o clima conjuntamente.
Segundo o The Guardian, para muitos cientistas, o mundo começou uma sexta extinção em massa, a primeira a ser causada por uma espécie – o Homo Sapiens. Outras análises revelam ainda que a humanidade destruiu em 83% os mamíferos e plantas desde o começo da civilização e ainda que esta destruição parasse neste momento, seriam precisos 5 a 7 milhões de anos para o mundo, tal como era, se recuperar.
O relatório, intitulado por ‘Living Planet Index’, que foi produzido para a WWF pela Sociedade Zoológica de Londres, estudou cerca de 16.704 populações de animais, dos quais fazem parte mais de 4.000 espécies.
Uma das regiões mais afetas por este problema é a América do Sul e a América Central, que registou uma perda de 89% dos vertebrados. Em causa está a exploração de florestas ricas em vida selvagem.
Para que haja mudanças, temos de começar a encarar a destruição da biodiversidade como sendo tão perigosa como as alterações climáticas.