Já é conhecido o primeiro finalista da edição de 2018 da Taça Libertadores, a principal competição sul-americana de clubes. Na última madrugada, o River Plate conseguiu uma reviravolta épica diante do Grémio e assegurou um lugar no patamar decisivo pela primeira vez desde a conquista da prova em 2015.
A segunda mão desta meia-final, como é habitual nesta prova – e na maioria das competições da América do Sul -, foi fértil em polémicas. O Grémio havia vencido na Argentina por 1-0, na primeira mão, e adiantou-se no marcador novamente neste encontro, com Léo Gomes a marcar aos 35 minutos. O conjunto canarinho aguentou a vantagem até aos dez minutos finais, mas tudo se desmoronou a partir daí: aos 80', Borré empatou o encontro e relançou as esperanças do River, a quem ficava a faltar apenas um golo para garantir a qualificação. O tento do avançado colombiano, todavia, foi a primeira centelha de indignação dos gaúchos: dá a ideia de ter sido apontado com a mão direita.
Mesmo com recurso ao sistema de vídeo-árbitro (VAR), a equipa de arbitragem validou o golo. E aos 87', o lance que espoletou definitivamente a revolta do Grémio: após nova consulta ao VAR, o árbitro assinalou grande penalidade a favor do River Plate por braço na bola de Matheus Bressan, que havia entrado 17' antes e viu aí o segundo amarelo – uma exibição absolutamente desastrada. Consternado, o defesa italo-brasileiro não se conformou e chegou a… abraçar o árbitro, para depois lhe dar um ligeiro empurrão. Já no quinto minuto de descontos, Pity Martínez avançou finalmente para a cobrança do castigo máximo e não tremeu, fazendo o golo que significava a final para o River. Os millonarios esperam agora pela madrugada de hoje para ficar a conhecer o adversário, com o eterno rival Boca Juniors em clara vantagem: venceu o Palmeiras de Luiz Felipe Scolari por 2-0 na primeira mão, no mítico Estádio La Bombonera.
No fim, os brasileiros não conseguiam esconder a sua indignação. Renato Gaúcho, antigo internacional brasileiro que nunca foge a uma tirada polémica – já por diversas vezes "diminuiu", por exemplo, o valor futebolístico de Cristiano Ronaldo, dizendo ter sido melhor jogador que o CR7 -, recorreu mesmo a uma comparação que já havia utilizado a época passada na final da mesma competição (que o Grémio viria a vencer). "Acho que o lance não deixa dúvidas. Será que o Stevie Wonder não veria? Vendo o jogo na cabine, como é que não vêem, com aquele monte de câmaras, que o jogador fez o golo [1-1] com o braço?", atirou o técnico, ironizando com o facto do célebre músico norte-americano ser cego de nascença.
Refira-se ainda que vários velhos conhecidos do futebol português alinharam neste encontro. Geromel, antigo central do Chaves e do Vitória de Guimarães, e Bruno Cortez, que passou rapidamente e sem sucesso pelo Benfica em 2013/14, foram titulares no Grémio, tal como Juan Quintero no River, ele que ainda pertence aos quadros do FC Porto. No conjunto argentino viria ainda a entrar aos 24' Enzo Pérez, outro ex-Benfica.
Veja aqui o resumo do encontro: