É uma autêntica final para Miguel Oliveira, embora ainda haja outro Grande Prémio por disputar a seguir. O piloto português da KTM venceu o GP da Malásia em 2017 – e também em 2015, então ainda em Moto3 – e aposta tudo na corrida deste fim de semana no circuito asiático. “Temos potencial suficiente para um grande resultado. É preciso manter a calma e trabalhar para tirar o máximo rendimento da mota. Adoro esta pista e a de Valência e julgo que a equipa, a mota e eu temos potencial suficiente para conseguir um grande resultado nestas últimas duas rondas, pelo que temos de ir atrás deles”, salientou o jovem de 23 anos.
À entrada para a penúltima ronda do Mundial de Moto2, Miguel Oliveira é segundo, a 36 pontos do líder Francesco Bagnaia. Precisa, em Sepang, de recuperar pelo menos 12 pontos ao piloto italiano da Kalex para conseguir levar a decisão do título para a derradeira corrida, em Valência, no próximo dia 18.
No início da temporada, o jovem natural de Almada não escondia a ambição, prometendo lutar pelo título, depois de ter terminado no último lugar do pódio em 2017 – com vitórias nas últimas três corridas. “Sei que há uma lista de candidatos ao título, insiro-me nela e é um objetivo para mim ser campeão. Há muitos pilotos que vão dar grandes dores de cabeça. Esta temporada fiz algo que se revelou muito importante e que foi não pensar nos outros. Estive muito focado em mim e em 2018 vai ser também assim”, dizia no fim do ano passado, manifestando o desejo de “subir ao MotoGP como campeão” em 2019.
Aí, o seu lugar no mais alto patamar do motociclismo mundial ainda não estava assegurado, o que não impedia os amantes do desporto de reconhecer as suas capacidades. Como Franco Morbidelli, campeão de Moto2 em 2017 e que esta época segue em 14.º no MotoGP à frente de uma Honda. “O Moto2 no próximo ano será muito duro. Há muitos pilotos que estarão fortes. Álex Márquez, Joan Mir ou Bagnaia? Sim, mas não se esqueçam do [Miguel] Oliveira. Também ele poderá seu meu herdeiro”, dizia o italo-brasileiro em dezembro. E a verdade é que, em maio, a Red Bull oficializou mesmo a ascensão do piloto português, que assim se tornou o primeiro a passar por todo o sistema Red Bull KTM MotoGP.
Miguel Oliveira chegou a estar na liderança do Mundial em agosto, após vencer o GP da República Checa, na décima ronda – a segunda vitória da temporada. Na semana seguinte, porém, deixou escapar o triunfo na última curva do GP da Áustria e perdeu novamente a liderança para Bagnaia, não mais a recuperando até agora. O GP da Malásia constituirá, assim, uma das últimas oportunidades para marcar uma posição e continuar a lutar pelo título mundial, impedindo que Bagnaia faça já a festa. A corrida de Sepang, com 18 voltas, disputa-se este domingo, a partir das 05h20 da madrugada portuguesas.