Esta terça-feira, os pais dos alunos do Centro Escolar de Tramagal, em Abrantes, fecharam a escola a cadeado como forma de se expressarem contra o “número insuficiente de assistentes operacionais” e a “falta de segurança e acompanhamento” das crianças.
Sandra Sobral, presidente da Associação de Pais e Encarregada de Educação, em declarações à Lusa, revelou que os pais se revoltaram e decidiram fechar “a escola a cadeado porque só há uma auxiliar para 86 alunos”. “Estamos preocupados com a segurança dos meninos, com a falta de limpeza das instalações e com o acompanhamento nas refeições e no recreio, tudo devido a um défice de pessoal operacional”, completou.
A responsável acrescentou ainda que esta não “terá sido a decisão mais fácil ou a pretendida pelos pais que gostariam que a mesma não tivesse sido necessária”.
Hoje, quando duas funcionárias das Atividades de Tempos Livres do pré-escolar chegaram à escola encontraram o estabelecimento fechado a cadeado, com um cartaz colado no portão que dizia: “Queremos funcionárias! Não há condições”.
A GNR, que foi chamada ao local, abriu os portões por volta das 9h30, mas os pais não deixaram os seus filhos entrar, pedindo para que a situação seja resolvida.
Sandra Sobral explicou que “apesar dos esforços feitos pela Associação, que chegou a deslocalizar uma funcionária do ATL, paga pelos pais, para o Centro Escolar”, esta “não pode solucionar o que compete ao Ministério” da Educação.
“Estando aberto concurso para colocação de assistentes operacionais, foi o mesmo cancelado pelo Ministério, deixando o problema da falta de assistentes operacionais se arrastar”, disse, acrescentando que a escola tem 86 alunos e apenas duas auxiliares "que para além da segurança e guarda dos alunos, têm de zelar pelo bom funcionamento da escola, acompanhamento das crianças e outros serviços”.
“O Ministério da Educação baseia-se no seu sistema de rácios quando se deveria basear nas carências reais de cada escola”, defendeu Sandra Sobral.
O diretor do Agrupamento de Escolas Dr. Manuel Fernandes, Alcino Hermínio, reconheceu, em declarações à Lusa, que “existe um problema”.