Desde o início deste ano, cerca de dois mil migrantes morreram no Mediterrâneo. Estes são dados da Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), revelados esta terça-feira. "Durante muitos anos, o Mediterrâneo tem sido a rota marítima com maior mortalidade para refugiados e migrantes no mundo e não podemos aceitar isso", afirmou o porta-voz da agência.
Para a ACNUR, estes números revelam que a situação está a piorar. De acordo com o porta-voz da agência, Charlie Yaxleu, "em setembro, um em cada oito migrantes que cruzaram o Mediterrâneo morreu, em grande parte devido à redução nas operações de busca e salvamento”.
O porta-voz defende que "se as operações de resgate das ONGs cessarem completamente, corremos o risco de regressar à mesma situação perigosa que vimos na Itália depois de a operação naval Mare Nostrum terminar, em 2015, e centenas de pessoas terem morrido num único incidente perto da costa de Lampedusa". Recorde-se que várias ONG´s tiveram de suspender as operações de resgate devido a restrições de ordem logística e legal, o que fez com que o número e missões de busca e salvamento de náufragos diminuísse significativamente.
Segundo os dados revelados, metade das mortes foram registadas na zona central do Mediterrâneo – entre a costa do norte de África e Itália. Ainda hoje, as autoridades espanholas adiantaram que 17 migrantes morreram esta segunda-feira ao tentarem desembarcar. Há ainda 20 pessoas desaparecidas.